O restaurante que melhor confecciona “Capão à Freamunde” é da cidade de Paços de Ferreira. O júri ditou que o vencedor do concurso gastronómico deste ano é o Marceneiro, que só introduziu o capão no seu menu há dois anos, quando mudou de gerência.
Cátia Martins, funcionária do Marceneiro que recebeu o prémio, lembra que o espaço conjuga o mundo italiano com a cozinha tradicional portuguesa. “O segredo do nosso capão é uma resposta cliché, é muito amor. Nós trabalhamos como família”, resume, lembrando que alguns truques conhecidos dos funcionários também o ajudam a ser saboroso. “Nesta altura servimos muito capão e é um dos pratos muito procurados ao longo do ano. Nunca falta capão à mesa do Marceneiro”, garante. Para já, só o confecionam à moda de Freamunde, mas a partir de Janeiro querem inovar e criar novos produtos com capão.
No concurso, realizado numa quinta de Freamunde, os restaurantes Aidé e Tarasco receberam também menções honrosas.
A partir de ontem, o capão tem também mais quatro embaixadores: os chefs António Boia, Tiago Santos, Madalena Dias e ainda Armando Lopes.
Fernando Melo, gastrónomo e presidente do júri, diz que a edição do concurso deste ano “varreu em termos de qualidade todos os outros”. “O nível era muito alto”, garantiu.
“Estamos empenhados em lutar para que o capão à Freamunde tenha visibilidade nacional”
O presidente da Junta de Freguesia de Freamunde, elogiou a iguaria e lembrou que este ano foram comemorados os 300 anos da Feira do Capão com uma feira à moda antiga. José Luís Monteiro salientou a importância do capão na economia da terra. “Todos os anos, no dia anterior à Feira de Santa Luzia, a restauração é desafiada a fazer mais e melhor. Agradeço a todos os concorrentes que levam longe o nome do capão à Freamunde”, disse.
Diana Silva, da Associação Juvenil ao Futuro, que organizou o concurso, também agradeceu aos participantes nesta edição especial. “Durante o próximo ano o vencedor tem a responsabilidade e o orgulho de dizer que tem o melhor capão à Freamunde”, afirmou a jovem.
Já Ricardo Graça, presidente da Associação de Criadores de Capão de Freamunde, também realçou os 300 anos de tradição e explicou que este ano a novidade é uma embalagem para transportes do capão vivo que lhe dá “a dignidade que merece”. “Para que chegue a todo o país com as condições adequadas estamos a criar uma estrutura desde os produtores até ao consumidor final. Queremos sobretudo dar valor aos criadores. Só estamos aqui porque há criadores de capão”, frisou.
Convidado a participar na iniciativa, o presidente da Turismo Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, destacou o crescimento em termos turísticos que o Norte do país tem conseguido a apontou a gastronomia como um dos principais factores de atracção desta região. “É aqui que estão a gastronomia, os vinhos, a natureza, o património e o turismo religioso. O turista nunca vem por uma única razão. E Freamunde e Paços de Ferreira dão um grande contributo na vertente da gastronomia”, disse.
Por fim, o presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, lembrou que têm apostado na promoção de um produto que é único no país, “uma iguaria que é nossa, um emblema de que todos nos orgulhamos”, afirmou, referindo-se ao capão. “Estamos empenhados em lutar para que o capão à Freamunde tenha visibilidade nacional”, garantiu.