Maria de Jesus Dantas, cirurgiã do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), venceu o Prémio Bial Medicina Clínica 2016.
Segundo o CHTS, o prémio, no valor de 100 mil euros, distingue o trabalho desenvolvido e os resultados obtidos pela equipa da Consulta Multidisciplinar do Pé Diabético que regista a mais baixa taxa de amputação a nível nacional.
A cerimónia de entrega dos prémios realizou-se, esta sexta-feira, na reitoria da Universidade Nova de Lisboa, e contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e de várias personalidades relevantes na área da saúde.
O Prémio Bial é atribuído bi-anualmente e é considerado um dos maiores na área da saúde na Europa, distinguindo a investigação básica e clínica em medicina.
O trabalho ‘Pé Di@bético – soluções para um grande problema’ aborda os resultados obtidos com a implementação de um plano de tratamento multidisciplinar, nomeadamente ao nível do ensino terapêutico, com a criação de várias ferramentas informáticas para o melhorar o tratamento do pé diabético, destaca o CHTS em nota de imprensa.
“Os bons resultados deste projecto, liderado por Maria de Jesus Dantas, são fruto do trabalho de equipa desempenhado por enfermeiros e médicos de várias especialidades, podologista, técnicos de informática, entre outros”, sustenta o centro hospitalar.
“O Pé Diabético é uma causa que tem cativado, felizmente, a colaboração de muitos profissionais de excelência e aos quais basta o prémio de manter um diabético a caminhar sobre os dois pés durante toda a sua vida”, salienta a responsável pela Consulta Multidisciplinar de Pé Diabético. Maria de Jesus Dantas afirma que “os resultados de excelência da Consulta Multidisciplinar de Pé Diabético reflectem a paixão, a dedicação e resiliência de pessoas que se entregam ao seu trabalho”. “Não posso deixar de salientar o trabalho da Dra. Sara Serra, Dra. Alexandra Lopes e das Enfermeiras Helena Brandão e Fátima Santos, que constituem o ‘núcleo duro’ da consulta, com uma competência extraordinária na orientação dos doentes”, acrescenta.
Recorde-se que os problemas do pé são uma complicação comum da diabetes, resultando em graves consequências médicas, sociais e económicas para o doente e para a sociedade em geral. “São a principal causa de ocupação das camas hospitalares pelos diabéticos, consumindo importantes recursos de saúde e responsáveis por mais de 60% das amputações não traumáticas dos membros inferiores. No nosso país, são amputados cerca de 5 doentes por dia devido à diabetes”, refere o CHTS.
O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa tem uma taxa de amputação abaixo da média nacional e do Norte do país – 0,95 por cada 100 mil habitantes.