Cor, música, alegria, manjericos, arcos, balões e até sardinha. Nada faltou à celebração de São João que juntou cerca de 400 seniores de Paredes no Pavilhão Rota dos Móveis.
O que não faltou foram também as marchas, recebidas com palmas expressões como “a marcha é linda”. Foram muitos os seniores que desfilaram, devidamente trajados, num concurso onde todos saíram vencedores só pela animação gerada.
Mas no final houve mesmo prémios. A marcha da Associação para o Desenvolvimento de Cristelo – Ser Social foi considerada a melhor no desfile. Em segundo lugar ficou a Associação para o Desenvolvimento de Rebordosa e, em terceiro, o Centro Social e Paroquial de Vilela.
Foram ainda premiadas as marchas com melhor música, melhor guarda-roupa e melhor coreografia numa tarde que terminou com animação e sardinha assada.
Na categoria de melhor guarda-roupa venceu o Centro Social e Paroquial S. Miguel de Gandra. O segundo prémio foi para a Associação para o Desenvolvimento de Lordelo e o terceiro para a Associação de Desenvolvimento da Sobreira – APDIS.
No que toca à música, o principal galardão foi para a Santa Casa da Misericórdia de Paredes, ficando em segundo lugar o Centro Social de Baltar e em terceiro o Centro Sócio-Educativo e Profissional de Parteira (Lordelo). A melhor coreografia, segundo o júri, foi do Centro Social de Cete. A Santa Casa da Misericórdia de Paredes recebeu o segundo prémio e a Associação apoio à terceira idade S. Miguel de Beire o terceiro.
O objectivo desta iniciativa, promovida pela autarquia e por duas instituições, foi promover a socialização e o envelhecimento activo.
Os seniores gostam e regressam.
“Casei no dia de São João. Quis fazer a festa. Depois seguimos para o Porto toda a noite. Ficamos lá dois dias. Antigamente não havia lua de mel. Íamos para lá dançar”, conta Natália Moreira, de 75 anos. “Estamos a celebrar as marchas. Ensaiamos muito. Tenho fé que vamos sair bem. O objectivo é ganhar”, antecipava a sénior da Associação para o Desenvolvimento de Rebordosa.
Maria Pereira, de 57 anos, do Centro Social e Paroquial S. Miguel de Gandra, também já tinha participado. “Somos muito activas e ensaiamos rápido. Gosto de festejar o são João, desde nova que participava no São João de Sobrado. Gostava do convívio”, explica.
Fernando Moreira, 78 anos, do Centro Social de Cete, não gosta de estar parado. “Participei há dois ou três anos. Eu estive doente e, entretanto, a minha mulher faleceu. Regressei este ano. Gosto destas iniciativas. É o que me faz ir para o centro, senão fico em casa. Tenho de ter sempre alguma coisa para fazer”, assume. “Fiz as letras e desenhei-as e recortei-as. Fizemos o arco. Correu tudo bem e estou a gostar muito. Isto é importante porque estou sozinho em casa”, sustenta o sénior.
O são João, é-lhe próximo. “Quando era novo fui uma vez ao Porto. Depois de casar cheguei a ir. Hoje já não vou porque não tenho idade para isso, mas gosto destas brincadeiras. Uma pessoa vai-se entretendo com estas coisas para passar o tempo”, diz.
Já para Luís Soares, de 80 anos, voluntário da Santa Casa da Misericórdia de Paredes, ajudar os outros é rejuvenescer. “Não tinha maneira de sair de casa e fui para lá ajudar quem precisa mais do que eu e sinto-me muito útil e, além disso, passo um tempo agradável. Ajudei a construir o cenário e meto comida à boca aos que precisam, mudo lâmpadas, tudo o que é preciso”, adianta.
“Estas actividades ajudam muito a viver. É uma forma de enriquecer a minha saúde. Desde que fui para lá sinto-me jovem”, garante o paredense. “Quando era novo não tinha possibilidades de gozar o São João. Agora tenho”, acrescenta ainda.