A frase que dá o título a este pequeno texto não é minha, mas podia ser.
Pertence ao sr. Manuel, cesteiro, um dos nossos artesãos que podemos encontrar nas feiras da AGRIVAL, S. Martinho e outras por aí. É de Peroselo e aprendeu o oficio da cestaria com o pai e um primo.
Entretanto teve outra profissão e só mais tarde, por vicissitudes da vida, regressou à cestaria.
O sr. Manuel participou no projecto PARTO – Penafiel: artes e oficios – e esteve a ensinar a vários jovens as técnicas da cestaria.
Como ele, estiveram outros artesãos. Os jovens adoraram a experiência e conseguiram desenvolver produtos novos, com base nas técnicas antigas.
É assim que se passa o saber fazer de geração em geração: provocando o encontro.
É assim que também valorizamos os nossos artesãos, o seu saber, as suas histórias e os seus trabalhos que tanto dizem das nossas tradições e costumes, tanto dizem daquela que é a nossa identidade.
O resultado dessa primeira fase do projecto, apoiado pela EDP Tradições, está agora visível numa belíssima exposição (acreditem que não estou a exagerar) no nosso Museu Municipal, para a qual deixo aqui o convite aos leitores. O site está já também disponível e aqui podem encontrar toda a informação, assim como vídeos maravilhosos com os nossos artesãos: https://projetoparto.org/
Este foi o primeiro passo.
O segundo passo está em curso – a oficina de artes e ofícios – também com apoio da EDP Tradições. Em breve, nascerá um espaço, no centro da cidade de Penafiel, onde os artesãos poderão fazer os seus trabalhos e ensinar a quem tiver vontade de aprender.
Falei aqui do sr. Manuel, mas podia referir o sr. Mário, das Termas de S. Vicente, que trabalha a arte da latoaria e que é o único em Penafiel. Como também podia referir a Sr.ª Ana, de Peroselo, que faz tapetes e cobertores de lã e que tem sempre tudo vendido quando vai para uma feira…
Verdadeiras razões para acreditarmos que se pode apostar nestas artes e oficios, reinventando-as e adequando os produtos aos dias de hoje, com um novo look e muita criatividade à mistura. Há mercado para estes produtos. Há boas razões para não perdermos este saber fazer tão valioso!
Mal de nós se não houver quem aprenda… mal de nós!