Apesar do calor que se fez sentir, esta quarta-feira, mais de 500 utentes de 15 instituições particulares de solidariedade social (IPSS) do concelho de Paredes desfilaram no Parque José Guilherme no concurso das marchas de S. João, num evento que é já uma tradição no concelho e que foi organizado pelo Centro Social e Paroquial de Baltar em parceria com a autarquia de Paredes.

Ao longo da tarde, as instituições apresentaram uma marcha com música, dança e roupa alusiva ao tema, num trabalho realizado pelas técnicas e utentes.

A presidente do Centro Social e Paroquial de Baltar, Maria Emília Sousa, destacou que as marchas de S. João são já uma referência no concelho, cuja celebração conta, todos os  anos, com a participação activa dos utentes e da comunidade.

“Esta é uma tradição já com raízes no concelho que tem contado com o apoio das IPSS e de algumas associações do concelho que mobiliza centenas de idosos e utentes, apesar de existirem outras instituições que não participam porque não têm capacidade de trazer os seus utentes”, disse, salientando, também, que estas acções permitem promover a socialização e reconstituir uma tradição que chegou aos nossos dias e que continua a ser festejada em toda a região.

A responsável pelo Centro Social e Paroquial de Baltar realçou que todo o trabalho  de confecção das letras e das roupas de cada uma das instituições foi minuciosamente preparado com o apoio das técnicas sociais e utentes.

“Alguns utentes têm uma participação mais activa que outros, mas cada um dá o seu contributo, empenha-se quer na organização quer na confecção dos trajes”, expressou.

Matilde Ferreira Andrade, utente do Centro Social de Cristelo, confessou que é uma admiradora confessa das marchas e que colaborar nestes eventos fazem-na recordar o que eram as marchas no seu tempo.

Maria Cunha, utente Centro Social de Cete, há um ano, confessou ser uma apaixonada por este tipo de manifestações culturais e populares.

“Vou fazer 74 anos mas procuro-me manter activa. Neste concurso colaborei na confecção dos trajes e na organização. Sempre que posso participo em tudo o que são actividades do centro”, afirmou.

Maria de Lurdes, 94 anos, utente do Centro Social e Paroquial de Recarei, manifestou, também, ser uma apaixonada pelas marchas e apesar  da idade gosta de dar um pezinho de dança e de socializar.

Fátima Cerveiral, voluntária no Centro Social e Paroquial de Vilela, defendeu ser uma defensora das marchas e um voluntária activa que participa e colabora com a instituição.

“Não sou funcionária, mas uma voluntária extremosa que participa activamente nas actividades do Centro Social e Paroquial de Vilela e as marchas de S. João são um evento que mexe com os utentes da instituição e comigo própria ”, afiançou, sustentado que além de voluntária é uma presença assídua na instituição, uma amiga dos utentes e uma conselheira sempre dispostas a motivar os idosos a participar nas actividades.

Falando das marchas de S. João, Fátima Cerveiral esclareceu que a letra foi da sua autoria  a música feita por um tocador, colaborador da instituição.

“Os utentes ajudaram na confecção dos trajes e participaram activamente nos ensaios e nas coreografias”, assegurou.

Já as técnicas sociais das instituições presentes reconhecerem que a marchas são um património vivo para a maioria das instituições e uma tradição que os utentes fazem questão de preservar.

“É uma forma de recordar tempos antigos e para os utentes da instituição a oportunidade de poderem participar é sempre aguardada com ansiedade e satisfação”

Diana Costa, técnica da Associação para o Desenvolvimento Integral da Sobreira, revelou que  o concurso das marchas de S. João além de perpetuar uma tradição antiga, é um património imaterial que é de todos e que os idosos transportam consigo de uma forma muito especial.

“É uma forma de recordar tempos antigos e para os utentes da instituição a oportunidade de poderem participar é sempre aguardada com ansiedade e satisfação”, avançou, salientando que a instituição trouxe para este concurso 23 utentes, a maioria da valência de centro de dia.

Diana Costa reconheceu, também, que estas acções permitem activar a parte cognitiva,  aumentar a auto-estima dos seniores e ajudem a minimizar os sintomas de exclusão social a que muitos idosos estão sujeitos.

Mónica Santos, da Associação para o Desenvolvimento Integral de Lordelo, confessou que as marchas são já um património imaterial e uma tradição no concelho que além do convívio, promovem a contacto com as outras instituições e estimulam as capacidades dos mais idosos.

“É um dia diferente e vivido de forma intensa pelos utentes. As marchas foram realizadas com a colaboração dos utentes, foram eles que preparam os trajes”, confessou.

Bárbara Pacheco, do Centro Social de Cristelo, defendeu que este eventos  permitem recuperar tradições, promovem a participação activa dos idosos, valorizam os conhecimentos dos seniores e aprofundam o seu papel na comunidade.

Já Vanessa Leal, Centro Social de Cete, atalhou que estes eventos estimulam o envelhecimento activo,  combatem a solidão e o isolamento dos seniores e melhoraram a sua qualidade de vida.

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