A Câmara de Lousada vai avançar com uma candidatura para promover a eficiência energética em vários estabelecimentos públicos do concelho.
O anúncio foi feito, esta tarde, pelo presidente da Câmara de Lousada, Pedro Machado, na reunião ordinária do executivo municipal.
“Temos prevista uma intervenção significativa em vários edifícios municipais, nomeadamente escolas, e a ideia passa por fazer obras em cada um desses edifícios para que estes fiquem com conforto térmico que já se conseguiu, nas últimas intervenções, e baixar a factura energética”, disse.
Ao Verdadeiro Olhar, o autarca assumiu que a intervenção vai abranger dezenas de edifícios, alguns vão ser intervencionados ao nível da cobertura, caixilharias, vidros, fachadas e climatização.
As intervenções maiores vão abranger os estabelecimentos de ensino de Lagoas, Nevogilde e Ordem. Estão, também, previstas intervenções nos edifícios municipais ao nível da conservação e melhoria do desempenho térmico e energético.
O edil admitiu que as intervenções vão abranger os Paços do Concelho, o auditório e a biblioteca municipal, sendo necessário investir ao nível da climatização, dado que os edifícios têm alguns anos e urge fazer alguns investimentos.
“A tecnologia evoluiu e vamos introduzir sistemas mais capazes e com um desempenho energético mais eficiente. Vamos, igualmente, avançar com intervenções no auditório. Aliás, neste momento, estamos a fazer um estudo para ver se conseguimos ampliar a capacidade do auditório, apostar na questão das coberturas e da climatização. O mesmo se passa na Biblioteca Municipal onde existem problemas de infiltrações e vamos intervir, igualmente, nas coberturas e na climatização”, expressou, reforçando que a ideia é fazer obras de conservação de forma a que todos estes edifícios se mantenham funcionais durante, pelo menos, mais duas décadas, reduzindo nos gastos energéticos.
Pedro Machado admitiu tratar-se de um investimento significativo, existindo duas modalidades de comparticipação, uma modalidade em que a comparticipação é reembolsável e outra não reembolsável. “Mesmo a reembolsável é muito vantajosa porque permite fazer-se o investimento e pagar durante muitos anos com taxas de juro completamente irrisórias. É uma oportunidade que não poderemos desperdiçar”, frisou.
Na reunião de câmara, o vereador da Coligação Lousada Viva, Leonel Vieira, questionou Pedro Machado acerca da capacidade do aterro sanitário de Lustosa, que foi já ampliada com mais um alvéolo com capacidade para mais de 200 mil metros cúbicos de resíduos.
O chefe do executivo esclareceu que o aterro tem capacidade para mais três a quatro anos, sendo necessário encontrar uma solução para o pós-encerramento.
“Esse é um trabalho que teremos de resolver com a Associação de Municípios do Vale do Sousa porque Lousada já foi solidária com os outros municípios e cumprimos aquilo que foi o compromisso inicial e os restantes municípios, Paços de Ferreira e Felgueiras têm de fazer o mesmo”, declarou.
Este aterro foi projectado para servir as populações dos seguintes concelhos de Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira e iniciou a sua actividade em Novembro de 1998. O aterro sanitário de Lustosa situa-se em plena Serra de Campelos na freguesia de Lustosa, é classificado como aterro para resíduos não perigosos, recebe resíduos sólidos urbanos (RSU) das referidas populações.
Segundo a Ambisousa “foi previsto um tempo de vida útil de 10 anos, com a capacidade de encaixe de 420.000 toneladas de resíduos sólidos urbanos. Contudo em Fevereiro de 2004 atingiu precocemente a sua capacidade, tendo recebido até então cerca de 270.000 toneladas. Em Novembro de 2004, foi construído um novo alvéolo com um tempo de vida previsto em três anos e uma capacidade de encaixe de 220.000 toneladas”.
Concurso para recolha de resíduos sólidos urbanos
“O concurso que existe está a terminar, portanto, no fundo, vamos abrir um novo procedimento, a breve trecho, para dar continuidade na prestação do serviço”, disse Pedro Machado.
Questionado sobre a possibilidade de ser a própria câmara a assumir este serviço, o autarca recusou tal solução que já vigorou no passado, recordando que não vê vantagens em ser a câmara municipal a internalizar o serviço.
“É fácil perceber porquê. Teríamos de ter capacidade de resposta e as regras do sector público não têm flexibilidade e por isso não podemos abdicar dessa qualidade do serviço e da capacidade de resposta. Não se trata de uma concessão, a câmara continuará a ter a gestão da alta, só que a tarefa em concreto da recolha e encaminhamento para o aterro é feita por um privado”, avançou.
“A montanha pariu um rato. Volto a dizer que não é a câmara nem são os serviços municipais que estão no dia-a-dia a gerir aquelas instalações, faz sentido é que a manutenção seja assumida por quem utiliza”
Leonel Vieira, no período antes da ordem do dia, voltou a questionar o executivo municipal sobre a manutenção dos sintéticos, reiterando que a posição dos vereadores social-democratas com assento no órgão executivo da câmara é a mesma que a que foi expressa na última Assembleia Municipal pela bancada laranja, isto é, que compete à câmara assegurar a respectiva manutenção.
Pedro Machado reiterou que a câmara nunca se furtou a cumprir as suas responsabilidades. “A montanha pariu um rato. Volto a dizer que não é a câmara nem são os serviços municipais que estão no dia-a-dia a gerir aquelas instalações, faz sentido é que a manutenção seja assumida por quem utiliza”, confessou, salientando que esse trabalho de conservação e manutenção tem de ser diário.
“Aquelas operações mais técnicas, com recurso a equipamentos e serviços externos e que custam cerca de mil euros não será um encargo por aí além e seguramente que o município está disponível para ajudar os clubes e evitar que as associações tenham uma despesa adicional”, acrescentou, reforçando que o município tem condições e capacidade para fazer, nestes casos, a fiscalização e garantir um plano de manutenção dos sintéticos porque a autarquia fez estes investimentos em património municipal e os campos que não eram do município foram doados à autarquia.
Na reunião de câmara, Leonel Vieira questionou, ainda, o executivo acerca dos processo de resolução da iluminação pública em vários pontos do concelho que estão por solucionar e sobre a segurança na variante de Lustosa, tema abordado pelo presidente da União de Freguesias de Lustosa e Santo Estevão, Armando Silva, na última Assembleia Municipal.
Sobre os processos de iluminação pública, Pedro Machado concretizou que dia 15 deste mês, vai reunir com o director da EDP com o objectivo de resolver em definitivo esta situação. Quanto à variante de Lustosa, o edil realçou que a colocação de um separador nesta via tem de ser estudada técnica e financeiramente.