A vereadora do PSD Lousada, Sandra Silva, chamou, esta segunda-feira, na reunião de câmara, a atenção do executivo para a necessidade da autarquia capturar vários cães potencialmente perigosos que foram vistos em várias zonas do concelho e que constituirão em perigo para a saúde pública e para a própria população.
A vereadora relatou uma situação que aconteceu na zona do parque em Lousada, que lhe foi transmitida por uma moradora que reside na zona, que viu um animal de estimação ser atacado por cães potencialmente perigosos.
Segundo a vereadora social-democrata, a moradora teve inclusive de fugir sobe pena de ser mordida. “Já não é a primeira vez que pedimos esclarecimentos quer na Assembleia Municipal quer nas reuniões de câmara sobre animais errantes em Lousada e foi nesse sentido que trouxe novamente o tema a reunião de câmara, com o objectivo de solicitar uma acção mais enérgica da parte do executivo”, disse, salientando que a nova lei que proíbe o abate os animais criou sérios problemas às autarquias, mas que carecem de respostas imediatas.
“Estamos a falar de animais que são potencialmente perigosos”
Sandra Silva solicitou ao executivo a captura dos cães, sob pena deste e de outros casos constituírem um problema de saúde pública. “Estamos a falar de animais que são potencialmente perigosos. No caso que me foi transmitido por uma moradora os cães atacaram inclusive animais domésticos e ela própria teve de correr para não ser mordida”, avançou, salientando que estes cães não estão desparasitados, não estão vacinados, constituindo um grave problema.
“Temos de pensar seriamente nesta situação e dar uma resposta rápida porque as pessoas começam a ter medo de circular em determinadas zonas a determinadas horas”, revelou, sustentando que o próprio presidente da Junta de Freguesia de Lustosa/Santo Estevão já advertiu o executivo municipal para um outro caso que também está a deixar a comunidade local preocupada.
“Há vários casos de ataques de cães a pessoas que vão a circular nas ruas”, adiantou, reconhecendo que nem sempre é fácil apanhar estes cães.
“Não é só atribuindo subsídios para educação e adopção, mas temos de ser capazes de resolver estes casos. Estamos a falar de animais perigosos que transmitem doenças. Trata-se de uma questão de saúde pública”, atestou.
Já o vereador Leonel Vieira admitiu que as várias intervenções que foram realizadas no canil municipal não permitem, mesmo assim, que a autarquia consiga dar uma resposta adequada para uma situação que está longe de ser resolvida.
“Também preocupante é o facto de, muitas vezes, as próprias pessoas não quererem que eles sejam capturados, que é outro problema. Acabamos por ter duas realidades que entram em choque”
O vereador Manuel Nunes, responsável pelo pelouro do Ambiente e Natureza, reconheceu que este problema constitui uma ameaça à saúde pública e esclareceu que sempre que estes casos são do conhecimento da câmara, comprovando-se que os animais são potencialmente perigosos, a autarquia intervém no sentido de capturar os animais.
“A questão da perigosidade é de certa forma controlável”, atestou, afiançando, também, que a captura destes animais não é de fácil execução.
“Também preocupante é o facto de, muitas vezes, as próprias pessoas não quererem que eles sejam capturados, que é outro problema. Acabamos por ter duas realidades que entram em choque”, afiançou, sublinhando que o canil municipal foi já alvo de três intervenções e apesar do trabalho realizado em diferentes domínios, com campanhas de adopção de animais abandonados no concelho e outras, o problema dos animais errantes vai persistir.
Já o presidente da Câmara de Lousada, Pedro Machado, assumiu que a actual lei que proíbe o abate de animais nos canis municipais, que já está em vigor, tem algumas dificuldades na resposta e não vai resolver o problema dos animais abandonados.