Em 2020, os concelhos de Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Valongo registaram 1056 incêndios rurais, com um total de 1005 hectares de área ardida. O 6.º relatório provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que reporta dados desde 1 de Janeiro a 15 de Setembro, revela que Paredes continua a ser o concelho do país com maior número de fogos: 467. Valongo é o quarto a nível nacional, com 168 incêndios, quase um terço dos de Paredes, e Penafiel o quinto, com 161.
Neste período houve ainda 143 incêndios rurais em Lousada e 117 em Paços de Ferreira. Os concelhos da região integram todos o “TOP 20” dos que tiveram mais ocorrências. “Localizam-se todos a Norte do Tejo, e caracterizam-se por elevada densidade populacional, presença de grandes aglomerados urbanos ou utilização tradicional do fogo na gestão agroflorestal. Estes vinte concelhos representam 35% do número total de ocorrências e 9% da área total ardida”, diz o ICNF.
Em termos de área ardida, Paredes e Valongo foram os que acumularam mais: 373 e 407 hectares, respectivamente. Penafiel teve 111 hectares queimados por incêndios este ano, Paços de Ferreira 70 e Lousada 44.
O documento do ICNF adianta que, entre 1 de Janeiro e 15 de Setembro de 2020, houve um total de 8807 incêndios rurais que resultaram em 66116 hectares de área ardida. “Comparando os valores do ano de 2020 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 44% de incêndios rurais e menos 35% de área ardida relativamente à média anual do período. O ano de 2020 apresenta, até ao dia 15 de Setembro, o 2.º valor mais reduzido em número de incêndios e o 6.º valor mais reduzido de área ardida, desde 2010”, conclui o relatório.
Este ano, os incêndios com área ardida inferior a um hectare foram os mais frequentes (86 % do total de incêndios rurais), tendo sido registados apenas 11 incêndios com área ardida superior ou igual a 1000 hectares.
No total, 5444 dos fogos foram investigados (62% do número total de incêndios – responsáveis por 37% da área total ardida), concluindo-se que o incendiarismo – imputáveis (36%), as queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas (15%), queimas de amontoados de sobrantes florestais ou agrícolas (6%) e queimadas para gestão de pasto para gado (6%), foram as principais causas.
Os distritos do Porto (2355), Braga (943) e Aveiro (617) registaram o maior número de incêndios, mas foram sobretudo de pequena dimensão.