O Projeto Gigantes Verdes, que nasceu em 2018 no município de Lousada, recebeu o prémio do Programa EDP Energia Solidária, num valor a rondar os 100 mil euros. Este é um reconhecimento que “valoriza e promove” a expansão de um trabalho que “protege as árvores com mais de 1,5 metros de perímetro de tronco medidos a 1,3 metros do solo, ou seja, que um adulto não consiga abraçar e cuja presença é essencial para a biodiversidade local”, refere em comunicado a VERDE, a Associação para a Conservação Integrada da Natureza, organismo que, em 2021, passou a co-gerir esta iniciativa.

Iniciativa visa promover soluções em eficiência energética, energias renováveis, inclusão energética, economia circular, proteção do património natural e mobilidade sustentável, tendo como alvo populações em situação de vulnerabilidade.

O Programa EDP Energia Solidária, lançado pela Fundação EDP, Iniciativa visa promover soluções em eficiência energética, energias renováveis, inclusão energética, economia circular, proteção do património natural e mobilidade sustentável, tendo como alvo populações em situação de vulnerabilidade.

Desde a sua criação em 2004, o Programa EDP Energia Solidária já apoiou 430 projetos, beneficiando cerca de 1,5 milhões de pessoas e representando um investimento total de 19 milhões de euros. O ano passado, o programa ampliou seu alcance, passando a apoiar iniciativas em Portugal, Espanha e Brasil.

Prémio vai permitir expandir a iniciativa a dez municípios

Com esta verba vai ser possível expandir a iniciativa a 10 concelhos, abrangendo a região do Vale do Sousa, com a ajuda da ADERSOUSA, as Serras do Porto e um conjunto de municípios pioneiros no distrito da Guarda. Lousada, Penafiel, Paredes, Valongo, Gondomar, Felgueiras e Paços de Ferreira, assim como Seia, Manteigas, Fornos de Algodres e Sabugal são os municípios envolvidos.

Embora seja regiões muito distintas, todas “enfrentam desafios sociais e económicos diferentes que impactam a gestão do território e da biodiversidade florestal”, subscreve a VERDE, elencando que o projeto se destaca por “envolver as comunidades locais na conservação da floresta nativa portuguesa, mapeando árvores de grande porte que suportam inúmeros habitats de espécies ameaçadas e que são vitais na mitigação dos efeitos das alterações climáticas, sequestrando grandes quantidades de carbono”.

Com o apoio do Programa EDP Energia Solidária, a Associação VERDE expande assim a sua atuação a 10 novos concelhos, capacitando jovens, técnicos municipais e naturalistas, para mapear e caracterizar, não só, Gigantes Verdes, mas também dinamizar ações de valorização do património natural. Porque, e a título de exemplo, só em Lousada, onde este projeto começou, estima-se a perda, todos os anos, de 2% destas árvores, sobretudo pela “urbanização, intensificação agrícola ou extração de recursos florestais”.

VERDE quer “plantar-se” em todo o território nacional

A VERDE quer, no espaço de um ano, capacitar, pelo menos, 100 embaixadores, dinamizar três caminhadas abertas ao público em cada concelho e assim mapear cerca de 7500 Gigantes Verdes. A longo prazo, a ideia passa por alargar o projeto ao resto do território nacional, estando recetiva a receber propostas de colaboração para expansão, o que se traduz num “grande passo para a valorização e consequente conservação das árvores de grande porte em Portugal,”, como refere João Gonçalo Soutinho, presidente da associação.

O dirigente recordou que começou com o projeto a caminhar a pé por todo o concelho de Lousada “para mapear árvores gigantes” e, depois, de compreender as pressões que estas enfrentam, surgiu a ideia de fundar a VERDE para “implementar um conjunto de dinâmicas” que funcionaram em conjunto com as ações do município de Lousada, porque “não há assim tantas iniciativas ou leis que permitam salvaguardar as árvores de grande porte ou a floresta nativa. Quanto maiores e mais antigas forem as árvores, maiores são os benefícios que nos oferecem em termos de ecossistema”.

Agora, e com este apoio, é possível expandir o trabalho e “envolver mais comunidades na preservação e gestão consciente das suas árvores, criando dinâmicas locais de empoderamento e valorização do património natural” que passa por “criar dinâmicas de valorização” e que incidem na “identificação de áreas prioritárias para a conservação, pela criação de novas oportunidades de desenvolvimento social e económico em torno do património natural”.

VERDE luta pelo envolvimento da comunidade local em ações de conservação e educação ambiental


A VERDE dedica-se assim à proteção do meio ambiente e promoção da sustentabilidade em Portugal e tem apontado baterias para envolver a comunidade local em ações de conservação e educação ambiental. Um dos principais focos da associação é o projeto das Gigantes Verdes®️ que se dedica a identificação e mapeamento de árvores de grande porte, reconhecendo a sua importância ecológica, social e patrimonial.

Iniciado em 2018 pelo presidente da VERDE, João Gonçalo Soutinho, em parceria com o município de Lousada, a ideia passa por catalogar, proteger e valorizar estas árvores, construindo uma ligação mais profunda entre a população e o seu património natural, sendo certo que estas árvores “são símbolo da resiliência da natureza”.
Para além do projeto Gigantes Verdes, a associação também coordena o projeto Carbono Biodiverso®️ , um mecanismo que valoriza economicamente o território nacional, através da preservação destas árvores, oferecendo aos cidadãos e empresas a oportunidade de compensarem a sua pegada de carbono através de contribuições.

Este modelo permite oferece pagamentos periódicos aos proprietários destas árvores por serviços de ecossistema e fornece apoio técnico para a implementação de ações de gestão, visando a conservação integrada das propriedades onde estas árvores se encontram.
A VERDE tem ainda desempenhado um papel vital na plantação e preservação de árvores e arbustos autóctones em Portugal, contribuindo significativamente para a recuperação ecológica de áreas em Lousada

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