Na Itália, país inigualável na arte, na cultura e claro está na massa, existe uma expressão mediatizada por todo o mundo e que representa o que de mais importante existe para todos nós: a nossa família. Em Italiano, La Famiglia. É com este tema, caro leitor, que volto às minhas crónicas neste jornal depois de uma pequena ausência por motivos profissionais.
Deste dia que lhe escrevo, estamos precisamente a 2 meses de umas eleições europeias em que eu pessoalmente acredito, serem as mais importantes que até então tivemos para a nossa Europa. A Europa, enquanto Continente e enquanto União, está doente das políticas e de políticos que olham para esta nossa casa como um espelho federativos dos EUA, onde as diferentes formas de viver, de falar e até mesmo de olhar o mundo se possam unir e “fazer” apenas sobre uma única política europeia. Nada mais errado.
Contudo, a relativamente a este tema, às Eleições Europeias e qual o caminho que a Europa deve seguir, dedicarei uma crónica completa onde falarei da Europa e qual o caminho que esta nossa União deve fazer.
Nas lides partidárias, entre listas e candidatos às europeias, já se fervilha com o entusiasmo de uma disputa eleitoral que ao contrário do que muitos acreditavam e anunciavam, a disputa entre PSD e PS será intensa e a vitória está longe de estar consumada por António Costa. Neste ponto, caro leitor, deixe-me deixar-lhe uma pequena nota, mas com o entusiasmo e o orgulho de uma decisão extraordinária para o futuro do meu PSD. Rui Rio, ao seu estilo de força e de consciência que mais importante que nomes é o valor de cada um, apresenta como candidata e em segundo lugar às Europeias a minha amiga Lídia Pereira, destacadíssima militante da JSD e atualmente presidente da maior juventude partidária da Europa. E desengane-se, caro leitor, se acha que falamos de uma política a tempo inteiro. Falamos de alguém que vive no centro desta nossa União sem fronteiras e que trabalha numa das maiores consultoras mundiais.
É portanto, com a audácia e rasgo, tão característicos de Rui Rio, que o PSD se apresenta para estas eleições Europeias com a certeza que só com ideias renovadas e com a força da juventude será possível inverter a tendência de queda deste nosso PSD.
Bom, mas centremos o tema: Lá Famiglia.
Um dos assuntos que nos últimos tempos tem abalado a imagem do Partido Socialista é a multiplicação semanal de notícias referentes às nomeações políticas de familiares de ministros para cargos políticos. Um dos casos mais paradigmáticos é o caso que envolve Vieira da Silva e a sua filha. Pai e filha sentam-se à mesa, literalmente, para discutir qual as políticas que o governo e no final todos nós devemos seguir. Somos um país pequeno, tanto em área total como no número total de habitantes, mas não teremos mesmo mais quadros capazes de assumir a responsabilidade? Serão estas relações familiares existentes no governo, positivas tanto para o país como para o próprio governo? Tenho receio que não, deixando mesmo muitas dúvidas éticas sobre tal decisão.
Ao longo da minha via política, se existe algo porque me tenho pautado é pela separação clara entre família, amigos e política. Muitas vezes extravasando o que poderia ser plausível e prejudicando quem mais me ajuda com a lealdade que só a família e amigos serão capazes de nos dar.
O Partido Socialista assim não pensa.
Paulo Rangel disse e bem, retirando as ditaduras semelhantes à da Venezuela não conheço nenhum outro país democrático onde isto aconteça.
Não é normal, não é saudável e não é definitivamente bom para o futuro do nosso país.
“Um homem que não se dedica à família nunca será um homem de verdade” – Poderia ser do António Costa esta citação, mas é a apenas retirada de um filme italiano que representa como ninguém a essência da Máfia em Itália. Em Portugal copiamos sempre os bons exemplos.