O jovem fadista de Valongo, Daniel Pinto Coelho, apresenta, esta sexta-feira, pelas 21h30, na sala das Artes do CCC Vallis Longus, o espectáculo “‘Não sei Ser de outra maneira – Palavras, Fado e Canções”, numa noite de fado em que se irá fazer acompanhar por Patrícia Costa, uma fadista do Porto bem conhecida no meio artístico e Hélder Moutinho, um nome já consagrado do fado português.
Ao Verdadeiro Olhar, Daniel Pinto Coelho manifestou que é um privilégio fazer este espectáculo em Valongo, sua terra natal, e está expectante que o público apareça em massa e desfrute de uma noite que quer que seja memorável.
“É sem duvida um dos concertos mais importantes neste meu percurso no fado, estou a trabalhar para que seja um espectáculo de qualidade e que seja do agrado do publico.Vou ter como convidados, duas pessoas que são, sem duvida, duas ”pedras basilares” nesta minha aventura pelo fado, a Patrícia Costa, que para além de der uma fadista referência na cidade do Porto é também uma grande amiga, conselheira, professora e o Hélder Moutinho, um dos maiores fadista da actualidade e que apesar da sua complicada agenda arranja sempre tempo para me apoiar em tudo o que preciso. O facto de ser na minha cidade natal torna o espectáculo especial, mas, por outro lado, há sempre aquela responsabilidade de não decepcionar o nosso ”primeiro” público que nos continua fiel”, disse.
Falando, ainda, do concerto de sexta-feira, o artista revelou que será “um espetáculo intimista, de partilha e sentimento”.
Em ‘Não sei ser de outra maneira’, Daniel Pinto irá apresentar um repertório com predomínio para o registo tradicional, onde homenageia poetas e fados consagrados, no qual vai mesclando novas criações, letras e novas abordagens musicais às mais belas canções deste estilo musical elevado à categoria de Património Cultural e Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
O espectáculo ‘Não sei Ser de outra maneira – Palavras, Fado e Canções’ terá a particularidade de ser filmado “com o propósito de utilizar os vídeos e gravações áudio para fins promocionais noutras salas do país.
Ao nosso jornal, Daniel Pinto Coelho assumiu ser um fadista tradicional mas cujo reportório bebe, também, daquilo que são as influências mais modernas do fado.
“Defino-me, sem dúvida, como um fadista mais tradicionalista, tento sempre fazer a ponte entre a tradição e a modernidade, sem nunca descurar as raízes tradicionais do fado”, adiantou.
O artista destacou que começou a cantar fado muito novo e deu o seu primeiro concerto em público com apenas 6/7 anos, nas Termas de Chaves. Depois disso, canta fado e tem encantado um pouco por todo o país e feito elenco em várias casas de fado com nomes de fadistas consagrados.
“O que me fez despertar para o fado foi essencialmente as emoções que o fado transmite, a forma de sentir cada palavra que se canta e como se consegue chegar às pessoas que ouvem”, expressou.
Daniel Pinto Coelho tem obtido grande notoriedade no meio fadista, protagonizando espectáculos e actuado em prestigiadas casas de Fado pelo país: ‘Restaurante típico – O Fado’ e ‘Casa da Mariquinhas’ (Porto), e ‘Maria da Mouraria’, ‘Boteco da Fá’ e ‘Casa da Mariquinhas’ (Lisboa), fazendo elenco com grandes nomes da nossa praça, nomeadamente, António Pinto Basto, Rita Ribeiro, Maria da Nazaré, entre outros.
“Amália Rodrigues, Camané, Hélder Moutinho, Patrícia Costa, Ricardo Ribeiro, António Rocha são algumas das referências musicais do jovem fadista”
Falando dos fadistas que mais gosta e que mais o influenciaram, Daniel Pinto Coelho confessou que a sua primeira grande referência é Amália Rodrigues.
“A paixão nasceu logo aí. Mais tarde a participação do Ângelo Freire no programa televisivo ‘’Bravo Bravíssimo’’, fez o fado aproximar-se mais de mim, pelo facto de sermos praticamente da mesma idade e até então ter a ideia de que o fado era uma canção de adultos”, assegurou, salientando que mais tarde descobriu nomes como Fernando Farinha, Fernando Maurício, Carlos do Carmo, D. Vicente da Câmara, António Pinto Basto, Beatriz da Conceição, Maria da Fé, Maria da Nazaré e a paixão foi crescendo.
O jovem fadista declarou que tem, igualmente, uma admiração por Camané, Hélder Moutinho, Patrícia Costa, Ricardo Ribeiro, António Rocha, que apesar de pertencer à velha guarda só conheceu o seu trabalho mais recentemente.
“Tornaram-se referências. É fantástico poder aprender e ser orientado por estes mestres, como é o caso da Maria da Nazaré, a quem carinhosamente chamo tia Nazaré, do Hélder Moutinho, de quem me tornei amigo e me tem ajudado imenso e orientado neste meu percurso, António Pinto Basto, um grande amigo e compincha nas noites de ‘’Fadistice’’, a Patrícia Costa, que tem estado sempre presente e ajudado em tudo o que eu preciso, ou Carlos do Carmo, que tem sempre uma palavra amiga e conselhos sábios para dar”, acrescentou, garantindo que o fado, como qualquer outra área do meio artístico, requer “muito esforço, dedicação e empenho”.
“Não é um mundo fácil, mas como ”quem corre por gosto não cansa” as coisas vão acabando por acontecer”, atestou.
Ao Verdadeiro Olhar, o fadista falou, também, da família e revelou que no seu trajecto sempre contou com o apoio dos mais próximos.
“Nesse campo sou um sortudo, sempre tive o apoio da família, que mesmo com a preocupação natural sobre a ”vida de artista” sempre me apoiaram em tudo e sempre me deram força para continuar”, testemunhou.
“Primeiro disco de Daniel Pinto Coelho será lançado no primeiro trimestre de 2018”
Ao nosso jornal, o artista realçou, também, que está a trabalhar afincadamente no seu primeiro disco que deverá ser lançado no primeiro trimestre de 2018.
“Este meu disco de estreia, com lançamento previsto para o primeiro trimestre do próximo ano, pretende ser um disco com o qual me identifique enquanto fadista e enquanto pessoa, um disco com uma sonoridade tradicional, com fados tradicionais, fados ‘’da velha guarda’’ e alguns originais, com letras minhas, de alguns poetas consagrados, como Fernando Campos de Castro, Tiago Torres da Silva e o single que dará nome ao disco. Foi escrito e composto por um amigo e um dos mais talentosos jovens que conheço, Pedro Martins, entre outras surpresas”, afiançou.
Na apresentação deste seu primeiro trabalho, o fadista vai contar com a companhia de três convidados de peso, António Pinto Basto, Hélder Moutinho e Maria da Nazaré.
“Vou ter o privilégio de ter três convidados especiais, que foram convidados por terem sido ‘’peças fulcrais’’ neste meu caminho e que prontamente se disponibilizaram a participar nesta minha aventura, são eles António Pinto Basto, Hélder Moutinho e Maria da Nazaré, que irão partilhar comigo um tema cada. Estarão incluídas mais algumas surpresas, que só serão reveladas aquando do lançamento”, concretizou.
Daniel Pinto Coelho é natural de Valongo, distrito do Porto. Desde muito cedo a música e o espectáculo fazem parte da sua vida. Principiou a sua formação musical com apenas três anos, com piano, onde começou a gerar a sua conexão com a música. Ao longo da infância e juventude teve formação em canto e guitarra clássica. Em 2010, concluiu o curso de voz e performance na prestigiada London Music School. Movido, sempre, pela paixão pela música, entregou-se a diversos estilos musicais, tendo integrado vários projectos ligados ao blues, soul, jazz, pop e música tradicional portuguesa.