Eduarda Gomes é de Meixomil, tem 27 anos, e acaba de ficar em segundo lugar no Campeonato do Mundo de Tiro, na modalidade de TRAP 5, que decorreu no Algarve. A jovem chegou mesmo a estar no primeiro lugar da competição, num empate que teve que ser decidido com tiros extra.
A atleta do Clube Turístico e Desportivo de Vizela foi também campeã do mundo por equipas já que a Selecção Portuguesa dominou a competição feminina.
Nunca quis caçar, mas gosta de tiro
Vem de uma família de caçadores e o pai é atirador. “Sou defensora dos animais e a nunca quis caçar, mas sempre achei o tiro interessante como desporto”, explica a jovem.
Um dia, há cerca de nove anos, resolveu experimentar. Gostou e passou a ir aos treinos com o pai, começando num clube de Lousada.
“No início era difícil conseguir ter um prato partido. É um desporto difícil”, confessa.
Em 2008, “ainda não atirava muito bem”, admite, mas começou a competir em campeonatos regionais e nacionais. Participou no Campeonato Europeu com a Selecção Nacional, apesar do muito nervosismo.
Por motivos profissionais – foi hospedeira de bordo – esteve três anos fora do país e afastou-se da modalidade. “Para mim sempre foi um passatempo. Para fazer disto um desporto a sério é preciso enfrentar muita pressão e stress”, afirma Eduarda Gomes.
Ainda assim, quando voltou a Portugal acabou por voltar a praticar tiro. Foi campeã regional e vice-campeã nacional.
Este fim-de-semana esteve no Algarve a participar no Campeonato do Mundo de TRAP 5, integrada na Selecção Nacional. A atleta do Clube Turístico e Desportivo de Vizela diz que foi com “vontade de dar o seu melhor e de se divertir”, com a consciência de que não tinha treinado tanto como as adversárias. No Campeonato da Europa de Tiro, que decorreu em Espanha, tinha ficado em quarto lugar e estava “muito satisfeita”, garante.
189 atletas em competição e só 12 eram mulheres
Em prova neste campeonato do mundo estiveram 12 mulheres, portuguesas e britânicas – num universo de 189 atletas de uma modalidade ainda dominada por homens. Terminou a prova na segunda posição, sagrando-se vice-campeã do mundo da modalidade. Eduarda Gomes diz que começou bem a prova e tinha noção que estava nos lugares da frente mas só quis saber os resultados no fim. “O stress influencia muito a prova. Já estava muito contente por estar a fazer um a boa prova e estar a surpreender toda a gente”, conta a pacense.
No final, a surpresa. Estava em primeiro lugar, mas empatada com outra atleta portuguesa. Ambas tinham acertado em 138 dos 150 pratos atirados.
“Estar neste ponto num mundial foi fantástico”, admite. Tiveram que ir a desempate. Acabou a prova em segundo lugar a escassos dois pratos da adversária.
O pódio feminino foi todo português. E Eduarda Gomes foi também campeã do mundo por equipas.
A atleta não podia estar mais feliz e promete voltar à competição na próxima época.