O autarca de Valongo concluiu o mandato à frente da associação “Corredor do Rio Leça” que passa agora a ser dirigida pelo autarca de Santo Tirso, Alberto Costa.
O balanço de José Manuel Ribeiro, para este ano de trabalho que agora findou, revelou-se “positivo”, sobretudo no que diz respeito à “execução do investimento já realizado na recuperação do Rio Leça e a definição de projetos estruturantes que ficam para o futuro, designadamente a ampliação das ETAR de Ermesinde, Parada e Ponte Moreira”.
O autarca considerou que, uma das iniciativas mais emblemáticas do seu mandato passou pela criação da rede de escolas do Corredor do Rio Leça que vieram acelerar “os sentimentos de pertença e partilha”, sendo que este projeto educativo “reforça a consciência ambiental e o envolvimento de diferentes gerações, deixando um impacto duradouro na comunidade”.
O também autarca de Valongo sublinhou ainda a importância de ter existido uma ação determinada, com o objetivo de reverter os danos causados ao longo dos anos, até porque “quando queremos, conseguimos anular o mal feito durante muito tempo, mobilizando recursos humanos, financeiros e logísticos. É uma questão de vontade, coragem e de afrontar outros interesses”, sublinhou o autarca, apelando também a que este modelo de gestão seja replicado noutros rios do país.
Refira-se que, a Associação de Municípios Corredor do Rio Leça surgiu em 2021, como resultado de um encontro de vontades e de um esforço comum dos Municípios de Valongo, Santo Tirso, Maia e Matosinhos, que se uniram para, numa primeira instância, despoluir, recuperar e reabilitar o Rio Leça. Ações que se apresentam como fundamentais, não só para a melhoria da qualidade da água, mas também para a preservação e promoção do património natural e da biodiversidade.
“Trata-se de um projeto que se reveste de um carácter agregador e que conta com uma colaboração da Agência Portuguesa do Ambiente e com a participação ativa dos proprietários dos terrenos marginais, que permitiram os acessos e acompanharam as intervenções”.
A importância e a solidez deste projeto têm sido fundamentais para a atribuição ao mesmo de financiamento, nomeadamente do REACT-EU (Recovery Assistance for Cohesion and the Territories of Europe – Assistência de Recuperação para a Coesão e os Territórios da Europa), do Programa Life e do PT2030, apoios que “têm permitido, desde 2021, a execução de diferentes abordagens e tipologias de intervenção no Rio Leça”.
“Fundamental tem sido também o apoio dos quatro municípios que afetam meios financeiros e humanos para garantir o projeto de revitalização do Rio Leça”, o único rio que nasce e desagua na Área Metropolitana do Porto e que já foi considerado um dos mais poluídos da Europa, sustenta a associação.
O Corredor do Rio Leça estende-se por 48 quilómetros (a totalidade do percurso hidrográfico do Rio Leça), abrangendo uma população de cerca de 500 mil pessoas. O trabalho da Associação inclui quatro territórios – os concelhos da Maia, Matosinhos, Santo Tirso e Valongo – que se unem na reabilitação e gestão de um elemento natural comum, da sua nascente até à foz.