José Manuel Ribeiro, candidato à distrital do Porto do Partido Socialista, emitiu um comunicado criticando o “silêncio ensurdecedor” e a “falta de iniciativa política” da estrutura sobre a forma “inadmissível e inqualificável” como a administração da TAP está a desvalorizar o Aeroporto do Porto, afectando os interesses sócio-económicos da principal região exportadora do país.

“Ninguém compreende por que razão a Federação Distrital do PS Porto não foi capaz de agregar as restantes federações da região (Braga, Viana do Castelo, Bragança, Vila Real e Aveiro) para uma tomada de posição conjunta”, nem a falta de tomada de posição sobre o assunto, aponta o também presidente da Câmara de Valongo.

“A Federação Distrital do PS Porto, não pode continuar a abdicar do seu papel fundamental de articulação do trabalho autárquico de todos os seus eleitos na Área Metropolitana do Porto” e tem o “dever de liderar, de auscultar e de propor caminhos, para não ir a reboque de outros actores políticos”, escreve ainda o candidato à estrutura que vai defrontar o actual líder, Manuel Pizarro.

“Num momento em que o secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, lança um programa para a estabilização económica e social, auscultando todas as forças políticas e sociais do país, espera-se da maior Federação Distrital do PS que compreenda o que se está a passar e promova um diálogo e uma avaliação dos impactos e dos desafios da pandemia, auscultando e envolvendo todos os interlocutores sociais e económicos da nossa região”, argumenta José Manuel Ribeiro, disponibilizando-se para ajudar num encontro urgente entre todas as federações, autarcas e presidentes das concelhias do partido para que seja tomada uma “posição conjunta sobre o modo de encarar a crise e os desafios imediatos e estratégicos” para a região.

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Confrontada, a Federação Distrital do Porto do Partido Socialista diz não entender estas críticas já que se tem “exprimido de forma clara em relação aos voos da TAP, em defesa da região e do país”.

“Essa nossa posição foi tomada no dia 4 de Maio de 2020, muito antes da divulgação do plano de voos, e imediatamente no dia 26 de Maio de 2020, quando esse plano foi conhecido”, adianta a estrutura. “A Federação articulou a sua posição com os autarcas socialistas, designadamente no seio da Área Metropolitana do Porto, com o Grupo Parlamentar e com a direçcão nacional do PS. Esses factos são sobejamente conhecidos e reconhecidos por todos os envolvidos. A Federação não vai alimentar querelas divisionistas dentro do PS, que só contribuem para enfraquecer a nossa posição e a causa do Norte”, esclarece a mesma fonte ao Verdadeiro Olhar.

No passado dia 26, no site do partido e através de vários órgãos de comunicação social, foi replicada a posição de Manuel Pizarro, que considerou a “estratégia da TAP um insulto ao Norte de Portugal”. “O desrespeito da companhia aérea estende-se a todo o país, na medida em que esta atitude centralista prejudica a coesão e o desenvolvimento nacionais. A TAP, como companhia aérea de bandeira, não pode abandonar o Norte e reclamar em simultâneo uma contribuição financeira do Estado que lhe garanta a sobrevivência, já que o investimento público não é aceitável se a TAP não servir todos os portugueses”, argumentava Pizarro. O actual presidente da distrital do PS Porto classificava ainda o Aeroporto do Porto “como uma infra-estrutura indispensável para o desenvolvimento económico e para o sucesso do turismo na Região Norte”, pedindo ao Governo que não marginalizasse esta posição da TAP.