O paredense José Carlos Barbosa foi eleito deputado à Assembleia da República pelo Partido Socialista. Foi o 19.º a conseguir a eleição pelo círculo eleitoral do Porto.
Não esconde o orgulho de ser “o primeiro socialista de Paredes” a conseguir o feito desde o 25 de Abril.
Ao Verdadeiro Olhar, o engenheiro electrotécnico/ferroviário, actualmente director executivo da Unidade de Manutenção e Engenharia da CP – Comboios de Portugal e presidente do Centro de Competências Ferroviário, adianta que as suas principais lutas enquanto deputado passarão pela defesa de mais mobilidade para a região e do projecto da Linha do Vale do Sousa.
“A nossa região, apesar de fortemente industrializada, continua a ser das regiões mais pobres do país”
“Tinha expectativa de que íamos ter um bom resultado e sabia que a minha eleição representava a maioria nacional. No círculo do Porto há 40 deputados a eleger e eu era o 19.º, estava quase a meio. Era normal que tendo metade ou quase metade dos deputados no Porto podíamos atingir a maioria”, refere o novo deputado, natural de Beire.
Vai acumular o cargo com a presidência da Junta de Freguesia de Beire, isso é garantido. “Há muitos deputados que mantêm funções em juntas”, salienta. Terá de deixar as funções que ocupa na CP, e só ainda não sabe se pode manter-se à frente do Centro de Competências Ferroviário, já que é um cargo não remunerado. “Se houver incompatibilidade terei de sair”, adianta.
Para a Assembleia da República quer levar a sua experiência. “A nossa região, apesar de fortemente industrializada, sobretudo através da indústria do mobiliário, electromecânica, têxtil e calçado, continua a ser das regiões mais pobres do país e é pobre também por uma questão de mobilidade”, argumenta José Carlos Barbosa.
“Uma das minhas lutas dos últimos anos tem sido a Linha do Vale do Sousa. A existir uma nova linha urbana em Portugal esta terá de ser a primeira pelos muitos argumentos já invocados”, sustenta, lembrando que está na fase de estudos e projectos e garantindo que a mobilidade para a região será uma das suas grandes lutas no Parlamento, até porque o traçado atravessa freguesias de Paredes como Gandra, Rebordosa, Lordelo, Vilela e Sobrosa. A par disso estarão questões como o IC35, os apoios sociais e a melhoria salarial. “Não podemos ter uma região tão industrializada e depois termos o salário médio mais baixo de Portugal”, admite.
Não esquecendo a luta de Paredes no que toca à água e saneamento cuja rede é “medíocre” e, tendo em conta o resgate em curso, José Carlos Barbosa salienta que será preciso financiamento para concretizar a obra necessária. Promete por isso “dar voz ao município” no Parlamento, salientando que era importante que a “bazuca” contemplasse apoios nesta área, o que não está previsto para já.
José Carlos Barbosa tem 38 anos e é licenciado em Engenharia Electrónica pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto e, recentemente, finalizou o Programa de Direcção de Empresas da AESE Business School. Iniciou a actividade profissional em 2004, como electricista na oficina de manutenção dos comboios Alfa Pendular e, entre 2009 e 2019, exerceu funções de engenheiro responsável pela produção na mesma oficina. Actualmente, é director executivo da Unidade de Manutenção e Engenharia da CP – Comboios de Portugal e presidente do Centro de Competências Ferroviário. É presidente da Junta de Freguesia de Beire e está envolvido em várias associações e colectividades locais, sendo vice-presidente dos Bombeiros Voluntários de Paredes.