Depois de o ministro do Ambiente ter, ontem, na Comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento de Território, culpado a Câmara de Valongo pelos maus-cheiros existentes em Sobrado, por falta de uma ligação à ETAR, o que gerou uma troca de acusações com o município, também a Associação Jornada Principal, que luta pelo encerramento do aterro da Recivalongo, emitiu um comunicado para “repor a verdade”.

A Associação começa por lamentar “a falta de cortesia do senhor ministro” que se dirigiu à Jornada Principal como uma “Associação criada à ad hoc” com outra conotação que não aquela que corresponde ao real motivo que levou à sua constituição que é “defender e proteger os interesses da população do município de Valongo, em especial os Sobradenses, que sofrem diariamente com este flagelo ambiental”.

Sobre as declarações de Matos Fernandes, que disse que a Associação “convocada para consultar o processo na CCDR-N não apareceu” e “prefere dizer mal de tudo e ser sistematicamente citada pelos senhores deputados”, a Jornada Principal lembra que houve insistência para integrar a comissão de acompanhamento criada, o que foi recusado pela Comissão de Coordenação Regional do Norte. “São falsas as declarações do senhor ministro referentes ao desinteresse da Associação na consulta do processo de licenciamento do aterro, uma vez que o agendamento, da data para a consulta do processo, coincidiu com a declaração do estado de emergência, o que impossibilitou, até ao presente, a referida consulta”, afirmam em comunicado, lamentando este tipo de argumentação do governante usada para “denegrir”.

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“No entanto entende-se o porquê deste género de argumentação que visa obstar-se a responder às pertinentes questões colocadas pelos senhores deputados, questões essas, verdadeiramente importantes e que validam o real interesse da população, que ele devia representar”, sustenta a Jornada Principal, apelando a que o ministro do Ambiente volte à comissão e responda desta vez às perguntas.

“Esta Associação desafia o senhor ministro a visitar Sobrado e a vivenciar, na primeira pessoa, o que os sobradenses sentem diariamente”, apela a instituição, que se assume como representante da população.