Falta menos de um ano para as próximas eleições autárquicas. Nesta altura, as disputas políticas são feitas dentro dos próprios partidos. Na região, os processos mais difíceis parecem estar dentro do PSD, com Lousada e Penafiel mais pacíficos e Paços de Ferreira, Paredes e Valongo mais complicados.
Em Lousada, parece mais do que evidente que o candidato será, pela terceira vez consecutiva, Leonel Vieira, que a cada eleição tem ficado mais perto da vitória. O processo da escolha parece ser unânime e, por isso, já começou há algum tempo a sua campanha eleitoral. Por lá, acredita-se que a alegada falta de carisma do socialista que preside a Câmara Municipal pode vir a ser um trunfo para, à terceira, chegar ao poder.
Por Penafiel, a recandidatura de Antonino de Sousa também é um dado certo. Afirmaram-no, este fim-de-semana, os dois presidentes das distritais do PSD e do CDS-PP. O jantar do terceiro aniversário da tomada de posse de Antonino de Sousa, que decorreu no sábado, juntou quase todos os presidentes de Junta e algumas personalidades históricas do PSD que têm uma significativa influência na sociedade, como é o caso de Alberto Santos. Parecem ter caído por terra as aspirações do ex-vereador Mário Magalhães.
Bem mais complicado é o processo de sucessão de Celso Ferreira à frente da Câmara Municipal de Paredes. O candidato natural seria o vice-presidente Pedro Mendes, mas Rui Moutinho antecipou-se a tudo e a todos. Este adiantamento trouxe dois problemas ao PSD local: obrigou o partido a tratar da escolha do candidato – assunto que, aparentemente, Pedro Mendes queria deixar para mais tarde – e pôs a descoberto a fragilidade do actual presidente da Comissão Política Concelhia. Dos 13 elementos que a compõem, 11 apoiam Rui Moutinho.
Se, até agora, Pedro Mendes nunca levou a sério a candidatura de Rui Moutinho, isso deveu-se a uma hipotética segurança oferecida pela Comissão Política Distrital, que garantia que até ao final deste mês tomaria conta do processo de Paredes. Só isso explica a confiança que Pedro Mendes demonstrava, mesmo quando a sua comissão política estava quase toda contra si. Ora, isto parece ter mudado. O presidente da Distrital já veio dizer que esse assunto tem que ser resolvido na Concelhia e que só em Janeiro, se não houver entendimento, é que avocará o processo eleitoral de Paredes. Pedro Mendes, que chegou à presidência da Concelhia do PSD para resolver o problema de uma eventual candidatura de Joaquim Neves, tornou-se hoje, ele mesmo, um problema para o PSD.
Em Paços de Ferreira, o processo eleitoral pode transformar o fácil em difícil. Dos três concelhos onde o PS é poder, aparentemente, este é onde é mais fácil destronar os socialistas: o presidente tem uma popularidade muito inferior à dos seus colegas, para além de não ter conseguido cumprir as suas duas maiores promessas eleitorais e que terão sido essenciais para ganhar as eleições em 2013. Mas tudo isto só é possível se do lado do PSD houver uma alternativa credível e que corte com o passado. Parece consensual que uma candidatura do actual presidente da Assembleia Municipal, o médico José Manuel Bastos, seria a parte maior da solução. No entanto, José Manuel Bastos pode não estar disponível para enfrentar uma campanha eleitoral que, à semelhança do aconteceu há três anos, e tendo em conta algumas atitudes do actual presidente da Câmara Municipal, pode vir a ser de baixo nível.
Em Valongo, o problema parece não estar na escolha de um candidato, mas na falta de um candidato. Nestes últimos três anos, desde que perdeu as eleições, o partido viveu entorpecido em torno de João Paulo Baltazar, o ex-presidente da Câmara Municipal, sempre à espera de que este se decidisse por uma recandidatura. Enquanto isso, o tempo foi passando, com João Paulo Baltazar, numa primeira fase, a reagir mal à derrota e, numa segunda fase, a ausentar-se quase por completo da vida política do concelho. Com este cenário, a um ano das eleições, parece não restar alternativa ao PSD que não seja a de convencer João Paulo Baltazar a avançar para uma recandidatura.