Incidentes registados com o autocarro que transportava jogadores do Rebordosa após o encontro entre o Aliados Lordelo Rebordosa AC, partida que terminou com um empate a dois golos, à jornada sete, a contar para a Divisão de Elite da Associação de Futebol do Porto motivaram, esta segunda-feira, na Assembleia Municipal de Paredes, uma troca de acusações entre a presidente da Junta de Freguesia de Rebordosa, Salomé da Silva Santos, e o presidente do Aliados de Lordelo, Filipe Silvestre Carneiro, que é também vereador eleito pelo PSD na câmara municipal.
No período antes da ordem do dia, Salomé da Silva Santos recordou o episódio, esclareceu que o autocarro que transportava a equipa de futebol do Rebordosa, que é da Junta de Freguesia e que serve também para fazer o transporte os alunos, foi apedrejado à saída do estádio, supostamente por adeptos afectos à formação da casa, tendo o veículo sofrido danos materiais, com vários vidros partidos.
“Só não houve feridos por milagre”, disse a autarca, lamentando que os responsáveis do clube e os directores do Aliados não tivessem feito as “démarches” necessárias para se inteirar do que é que se tinha passado junto do Rebordosa Atlético Clube.
Na sua intervenção, a autarca da Junta de Freguesia de Rebordosa revelou, ainda, que reparar o autocarro tem um custo de cerca de três mil euros.
O presidente do Aliados de Lordelo e vereador com assento no executivo municipal pediu a palavra para defesa da honra, rebateu as criticas de que tinha sido alvo e esclareceu que o clube não teve nada a ver com a situação. Sobre este episódio, Filipe Silvestre Carneiro revelou, ainda, desconhecer que os incidentes tenham sido provados por adeptos afectos ao Aliados de Lordelo.
Quanto às acusações feitas pela presidente da Junta de Freguesia de Rebordosa de que os dirigentes e directores do Aliados não tinham contactado os dirigentes do Rebordosa Atlético Clube, Filipe Silvestre Carneiro declarou que pediu ao seu vice-presidente para contactar o presidente do Rebordosa, Joaquim Barbosa, tendo ele próprio contactado, logo que teve conhecimento do que se tinha passado, o técnico da formação visitante, Tonanha, para se inteirar da situação.
“Tomamos as providências todas. Não tivemos nada a ver com a situação em causa”, esclareceu, acusando a autarca de Rebordosa de aproveitamento político.
“Lamentamos que a senhora Presidente da Junta de Rebordosa, não respeite a nossa instituição, a sua direcção e a massa associativa deste clube, ao levantar calúnias difamatórias sem se preocupar com o apuramento da verdade”
A direcção do Aliados FC Lordelo enviou, entretanto, um comunicado em que caracteriza de “insultos caluniosos” as palavras proferidas pela presidente da Junta de Freguesia de Rebordosa, na passada segunda-feira, afirmando que as suas declarações “colocam em causa o carácter de toda a direcção, assim como o bom nome desta instituição”.
“A senhora presidente de Junta de Rebordosa, Antónia Salomé, usando do direito que lhe assiste enquanto autarca, acusou de forma vil, mentirosa e leviana, esta direcção de nada ter feito após os ataques ao autocarro do Rebordosa Atlético Clube sofridos no passado dia 12 de Outubro, no exterior das instalações do estádio Cidade de Lordelo por, segundo a mesma, adeptos deste clube. Lamentamos que a senhora presidente da Junta de Rebordosa, não respeite a nossa instituição, a sua direcção e a massa associativa deste clube, ao levantar calúnias difamatórias sem se preocupar com o apuramento da verdade, fairplay e o bom relacionamento institucional entre o Aliados de Lordelo e o Rebordosa Atlético Clube”, lê-se no comunicado.
Segundo a direcção do Aliados de Lordelo, na noite dos incidentes, o vice-presidente Vítor Leal, em nome do Aliados FC Lordelo, contactou o presidente do Rebordosa AC, Joaquim Barbosa, lamentando os incidentes e questionando-o sobre a integridade física da equipa.
“Não obstante, o presidente Filipe Carneiro entrou em contacto com o treinador Tonanha, na mesma hora, para apuramento do sucedido, como estava a equipa e que o mantivesse a par da situação. Nas primeiras horas do dia seguinte, a direcção do Aliados Lordelo emitiu um comunicado institucional na sua página oficial (Facebook), onde expôs com clara evidência a sua postura e acções face ao sucedido, após o jogo Aliados e RAC. Esta é a verdade que a senhora presidente da Junta de Rebordosa não leu, nem quis apurar junto dos intervenientes, além de que é notório a falta de acompanhamento dos acontecimentos pela comunicação social, onde toda esta situação foi exposta”, confirmam os dirigentes do Aliados.
A direcção do clube refere, ainda, que com esta situação, a presidente da Junta de Freguesia de Rebordosa “quis levantar antigos ódios”.
“Podemos com isto afirmar que o objectivo da autarca foi exclusivamente levantar antigos ódios e rivalidades há muito adormecidos entre os dois clubes e as duas cidades vizinhas, descredibilizar uma instituição, a sua direcção e a massa associativa, sem qualquer pudor e responsabilidade institucional e cívica pela leviandade das palavras por esta proferida, colocando inclusive em causa o bom relacionamento institucional e o fairplay desportivo existente entre duas das maiores instituições do concelho de Paredes, desde que esta direcção dirige o Aliados”, lê-se na mesma nota.
A direcção do Aliados Lordelo diz-se consciente que assumiu “as atitudes e tomou as acções correctas”. “Acreditamos que também não é esta a postura da direcção e da equipa do RAC, que certamente não se revê nas palavras da senhora presidente da Junta de Rebordosa, Antónia Salomé Santos, por estas não corresponderem à verdade e que, tal como nós, as desmentem e censuram veemente. Determinados em que seja reposta a verdade, salvaguardando o carácter idóneo da sua direcção, assim como a preservação e reforço das boas relações desportivas entre as duas instituições, o Aliados FC Lordelo vem desta forma lamentar e repudiar a tentativa de deturpação de factos, com intuitos levianos e externos à prática desportiva”, acrescenta o clube.