O setor imobiliário e da construção, depois de uma crise séria e sem precedentes, atravessa hoje uma fase expansionista. O crescimento da economia portuguesa, o valor historicamente reduzido do desemprego, o turismo, política de vistos gold, proliferação dos alojamentos locais e maior desafogo da banca, são alguns dos fatores responsáveis pela situação atual desta área tão importante para o nosso país.
As perspetivas para este ano e seguintes continuam a ser positivas. No entanto, estas boas notícias não nos podem fazer desviar de alguns problemas que este boom do setor imobiliário entretanto colocou a nu. Desde logo o crescimento do preço médio de venda de casas no nosso país. Dados recentes revelam que o ano passado, em Lisboa, o preço médio de venda aumentou 8%, para um valor já superior a meio milhão de euros: 520.645 €. A nível nacional o preço médio anunciado de venda de apartamentos e moradias subiu 9%. Lisboa figura no 1º lugar deste ranking, seguido de Faro (430 mil euros), Madeira (311 mil euros), Porto (288 mil euros) e Setúbal (263 mil euros). O top 5 nos preços do arrendamento é igual ao da venda, embora numa ordem diferente: Lisboa lidera com 1.532 euros, seguido do Porto (1.104 euros), Madeira (890 euros), Setúbal (836 euros) e Faro (782 euros).
Estes números, quando comparados com o rendimento médio das famílias portuguesas, demonstram, de forma evidente, que o crescimento deste setor não foi acompanhado por um aumento similar ao nível dos rendimentos das famílias portuguesas.
Não obstante os ajustes que, numa economia livre e de mercado como a nossa, serão naturalmente realizados, a verdade é que o Estado deve estar atento e intervir sempre que o interesse público o justificar. Felizmente tal já está a suceder, desde logo com as limitações impostas no âmbito do alojamento local, responsável pela redução da oferta de arrendamento nas principais cidades do país e consequente aumento do preço das rendas. Aliás, aqui ao lado, no Porto, hoje é já quase impossível, a uma família da classe média, arrendar um apartamento no centro da cidade. O impacto do turismo, muito importante para a economia regional e nacional, trouxe este revés, pelo que são necessárias medidas que permitam aos portugueses continuar a viver nas nossas cidades, designadamente Porto e Lisboa.
Para além das políticas legislativas definidas pelo governo, ao nível local e no caso particular do concelho de Paços de Ferreira, o Município tem estado atento e atuante nesta área. Para além de uma política fiscal amiga do contribuinte, com as taxas de IMI mais baixas de sempre, a Câmara Municipal tem investido na regeneração urbana das duas cidades e cuidado do espaço público um pouco por todo o concelho.
A simplificação dos processos de licenciamento e a agilização dos prazos de resposta, são preocupações diárias dos serviços municipais. Sendo o concelho de Paços de Ferreira dos mais jovens do país e apesar da conhecida situação financeira do município, continua em vigor uma medida com impacto muito significativo nos casais mais jovens que querem construir a sua casa no concelho. A isenção de taxas e licenças e a oferta dos projetos de construção de moradias, a todos os jovens, até 35 anos de idade, tem sido uma aposta da Câmara Municipal e com resultados muito positivos.
Sem prejuízo do inevitável aumento dos preços da habitação em termos nacionais, a verdade é que no concelho de Paços de Ferreira a situação não é comparável com outros pontos do país. Felizmente a oferta tem crescido e com preços de habitação nova extremamente competitivos. Atendendo aos processos de obras particulares em curso na Câmara Municipal, os próximos anos, no concelho de Paços de Ferreira, serão marcados por um forte crescimento do setor imobiliário, com todos os impactos positivos que daqui advirão para a economia local e para as nossas famílias.