O primeiro ano de mandato foi marcado “por enormes constrangimentos financeiros e muitos problemas de resolução urgente”. Por isso, disse Alexandre Almeida, num briefing com jornalistas realizado esta quarta-feira, foi dedicado a pôr ordem na casa e a realizar obras “sem alarido”.

“O ano de 2018 foi para preparar a câmara para os grandes projectos de futuro”, defendeu. O autarca antecipou também projectos que pretende concretizar ou iniciar em 2019.

Desde logo, o presidente da Câmara Municipal de Paredes diz que vai começar a reduzir o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), que baixa já no próximo ano dos 0,4% para os 0,375%. Uma redução de 7% que é a possível e que vai provocar uma quebra de receitas na ordem dos 500 mil euros que reverte a favor das famílias. “Queríamos descer já mais, mas descer para 0,3% significaria perder dois milhões de euros de receita o que somado aos outros constrangimentos seria irresponsável”, defendeu, ladeado pelos restantes vereadores eleitos pelo PS.

Câmara avança com saneamento no sul do concelho e vai pagar ramais

Até ao final deste ano, no âmbito das negociações em curso, o município vai aprovar um novo aditamento ao contrato de concessão com a Be Water – Águas de Paredes que vai trazer várias alterações, prometeu Alexandre Almeida. Desde logo a criação de uma tarifa social da água, saneamento e resíduos sólidos no concelho, que vai permitir “aliviar a despesa às famílias com mais carência económica” em 2019, com um investimento municipal de 50 mil euros. A autarquia vai ainda assumir o pagamento dos ramais de água e saneamento que passarão a ser “a custo zero” para os paredenses. O investimento rondará os 200 mil euros. O objectivo é estimular a população a ligar-se à rede. “Há 38 mil casas onde passa a água e o saneamento, mas só metade tem ligações feitas e muitas das que estão não consomem água. Vamos assumir os custos da ligação para que não haja desculpas”, afirmou Alexandre Almeida.

Este novo aditamento vai ainda revogar os “aumentos da água que estavam previstos no aditamento celebrado em 2008”. Até 2021, acredita o edil, não será preciso qualquer reequilíbrio. Por outro lado, os subsistemas de abastecimento da água no sul do concelho, as pequenas cooperativas, sairão da concessão e será a câmara a avançar com o saneamento naquelas freguesias, anunciou Alexandre Almeida. O autarca acredita que será possível, no âmbito da Área Metropolitana do Porto, obter financiamento para esse fim para resolver os “atrasos gravíssimos” a nível de saneamento em Paredes, Santo Tirso e Oliveira de Azeméis.

Pavilhão das Laranjeiras municipal até ao final do ano, de uma maneira ou de outra

Outro tema que ficará resolvido até ao final do ano é o da aquisição do Complexo das Laranjeiras, que já foi declarado equipamento de interesse Municipal e classificado no Plano Director Municipal como Zona de Equipamento Desportivo. Alexandre Almeida diz que a autarquia não vai passar por novo leilão e que se não houver acordo com a administradora da insolvência avançam para a expropriação. “O Pavilhão deve ser da câmara até ao final do ano e será transformado em Pavilhão Multiusos com recurso a fundos comunitários”, reafirmou.

Entre as obras que serão executadas ou arrancam no próximo ano estão as na EB 2/3 de Lordelo e Rebordosa e outros centros escolares, nomeadamente com a instalação de sistemas de ar condicionado e cobertos exteriores. O executivo promete avançar com a construção da piscina ao livre em Paredes, projectada para o Parque da Cidade e que inclui um bar de apoio. A Casa da Juventude de Paredes, garante o presidente da Câmara, vai também sair do papel. Nascerá junto ao quartel dos Bombeiros de Paredes no edifício agora ocupado por um dos polos do EMAÚS.

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Será também construída a rotunda junto à Estação de Paredes, que vai permitir colocar o transito na Avenida da República nos dois sentidos. Entre outros investimentos, Alexandre Almeida quer começar a requalificação do Mosteiro de Vilela onde, diz, no futuro, poderá nascer um museu do mobiliário em Paredes. A aposta passará ainda por pavimentações de vias por administração directa e realização de passeios em todas as freguesias.

Este executivo pretende ainda expandir o Parque Empresarial de Parada/Baltar, criar e dinamizar ou acolher grandes eventos desportivos para dinamizar a marca Paredes e atrair turistas. Nessa vertente será construído um Parque de Campismo em Aguiar de Sousa para aproveitar todo o potencial do projecto das Serras do Porto.

Realojamento da comunidade cigana adiado para 2020

Está também prevista a aquisição da Adega Cooperativa para criar, no futuro, um auditório. Fica adiada, no entanto, a solução para a comunidade cigana. O processo, diz o autarca, está a ser trabalhado e amadurecido e deverá ter desfecho em 2020.

No balanço realizado do primeiro ano de mandato, Alexandre Almeida assumiu que no que toca às contas da câmara, o passivo aumentou e vai continuar a aumentar. “Paredes é o município com o 13º. maior passivo exigível e está em 8º. lugar como município onde o aumento do passivo exigível mais cresceu em 2017”, salienta, lembrando que a autarquia já renegociou os empréstimos de longo prazo. Recordou ainda algumas obras realizadas e investimentos captados na ordem dos 12 milhões de euros que prevêem a criação de 127 postos de trabalho e salientou que pagam “a tempo e horas” aos bombeiros e clubes desportivos e associações culturais.