Um homem de 86 anos morreu na manhã desta quinta-feira, em Baltar, Paredes. Alberto Moreira foi colhido por um camião conduzido por amigo e não resistiu aos ferimentos depois de ter sido arrastado durante mais de 300 metros. O motorista só se apercebeu do sucedido quando parou a viatura e foi alertado por um vizinho para “algo preso à roda da frente”.
Minutos antes do acidente, camionista e vítima tinham-se cumprimentado num café da localidade, onde era costume conversarem.
Camionista não deu conta do acidente
O acidente aconteceu por volta das 11h00 desta quinta-feira. Alberto Moreira caminhava junto ao cemitério de Baltar, local onde estava estacionado o camião da empresa AGV Transportes e conduzido por Carlos Nogueira, de 41 anos. Mal o pesado arrancou, o idoso foi colhido e ficou preso no eixo da frente. Ao volante, o motorista não se apercebeu do sucedido e continuou a marcha de 300 metros até à rua do Feital. Só aí é que foi alertado para “algo preso à roda da frente”. “Estava em casa e vi o camião a fazer a curva. Apercebi-me que trazia qualquer coisa à beira da roda e fui atrás dele. A meio do caminho, chamei pelo Kaló [alcunha pela qual Carlos é tratado] e alertei-o”, recorda José Barbosa.
Esta testemunha acrescenta que, de imediato, o motorista olhou para a roda e “deitou as mãos à cabeça”. “Disse-me que não se tinha apercebido de nada e que não sabia o que tinha acontecido”, afirma José Barbosa.
Alberto Moreira ainda foi assistido pelos Bombeiros Voluntários de Baltar, mas morreu no local.
Amigos de longa data
As circunstâncias em que o octogenário, que vivia perto do local do acidente, morreu deixou os vizinhos estupefactos. Até porque Alberto Moreira e Carlos Nogueira eram velhos conhecidos. “Eles era amigos e conviviam na barraca da festa de S. Miguel. Ainda ontem [quarta-feira], o Kaló foi dizer que não podia ajudar no fim-de-semana, porque ia para a Bélgica”, lamenta Augusto Ferreira.
Aliás, minutos antes do acidente, os dois cumprimentaram-se no café S. Jorge, estabelecimento frequentado por ambos. “O senhor Moreira já cá estava a ler o jornal. Entretanto, o Carlos chegou e cumprimentou toda a gente, inclusive o senhor Moreira, que saiu minutos depois. O Carlos ainda me disse que ia almoçar para depois partir numa viagem até à Bélgica. Logo de seguida também foi embora”, conta Jorge Coelho, dono do café.