O presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira aproveitou a visita da Ministra da Justiça ao concelho, no âmbito do 10.º aniversário do Estabelecimento Prisional do Vale do Sousa, em Seroa, para apresentar-lhe um “caderno de encargos” com várias reivindicações.
Humberto Brito lembrou a Francisca Van Dunem que têm vindo a apelar junto do Ministério da Justiça sobre a recolha de resíduos nos dois estabelecimentos prisionais do concelho. “Os montantes pagos são insuficientes para o que é feito aqui. É uma questão que gostaríamos que fosse resolvida. São os cidadãos de Paços de Ferreira que estão a custear estes serviços. É um custo muito grande para nós”, alegou o autarca.
O edil apontou ainda o problema de um conjunto habitacional próximo. “Há vários anos que pedimos que seja cedido para que estas habitações possam ser ocupadas. Os cidadãos não compreendem que um conjunto de habitações num espaço tranquilo continue em abandono, sobretudo quando há falta de habitação. Há seis anos que falo sobre esta matéria”, descreveu.
Para Humberto Brito, o concelho de Paços de Ferreira ficou “prejudicado” no que toca à reorganização do mapa judiciário. “Temos sido ostracizados”, sustentou o autarca, frisando que Paços de Ferreira é um dos 50 maiores concelhos do país em termos populacionais e tem uma actividade industrial muito forte. “Temos uma actividade económica que precisa do tribunal e tem que se dirigir ou para Amarante ou para Lousada. Havia um acordo que Paços de Ferreira ficaria com o tribunal de execuções e, à última hora, sem que ninguém explicasse e sem razão legitima, Paços de Ferreira perdeu essa instância. Paços de Ferreira e Paredes são os concelhos que têm maior volume de processos no tribunal do comércio e as nossas empresas têm que fazer muitos quilómetros para resolver problemas”, explicou.
O presidente da Câmara recordou ainda os problemas existentes na Conservatória do Registo Civil. “É inexplicável que nos dias de hoje exista uma conservatória onde não há mobilidade para portadores de deficiência. Se visitar aquela conservatória, vai ver que não se percebe como foi escolhido aquele espaço. Já não falo do número de funcionários, que são sempre poucos, e de outras necessidades que vão sendo apresentadas. Faz sentido que exista um novo espaço, mais adequado às necessidades da população”, apelou.
A ministra ouviu e não deixou de responder. “O senhor presidente da câmara apresentou-me um extenso caderno de encargos. Ouvi-o com muita atenção e comprometo-me a recebê-lo em Lisboa”, disse.
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