Os eleitos do PSD aproveitaram a última Assembleia Municipal de Paços de Ferreira para confrontar o presidente de câmara com o destino dos terrenos da antiga Esquadra 12, no centro da cidade.
Recorde-se que, aqueles terrenos, faziam parte da massa insolvente da PFR Invest e foram recentemente vendidos a um investidor privado, que apresentou um projecto para lá instalar um empreendimento habitacional, um hotel, um supermercado e um restaurante de fast food.
Em 2017, lembrou Miguel Martins, eleito do PSD, citando uma entrevista dada ao Verdadeiro Olhar, Humberto Brito referia: “Quando formos chamados a pagar o valor não é assim tão grande quanto isso que não possa ser liquidado e os terrenos serão naturalmente do município”. Acrescentava ainda à época que não estava preocupado porque seria “sempre o município a decidir o que é que lá pode e não pode ser feito”. “A câmara municipal terá sempre uma palavra a dizer sobre o que venha a acontecer à Esquadra 12. Enquanto presidente de câmara terei todo o interesse em manter aquele espaço sob a esfera municipal”, afirmava”, lembrou Miguel Martins, que deixou uma única questão. “Qual é o presidente de câmara que temos hoje? O que defendia que a Câmara tinha todos os instrumentos para fixar aquele património no município ou o presidente de câmara que andou a patrocinar um construtor civil?”, apontou o social-democrata.
A resposta do presidente da Câmara foi, desde logo, dura no que toca às acusações implícitas. “Eu devia pedir certidão e comunicar ao Ministério Público. O senhor disse que eu estava a promover um construtor civil, cuidado com o que está a dizer. Eu ponho-a a provar. Esses populismos e insinuações não deviam vir do PSD”, sustentou Humberto Brito, falando em ataques directos sistemáticos.
Sobre as palavras ditas em 2017, Humberto Brito reafirmou o que tinha dito. “A câmara municipal decidirá o que lá vai ser feito com o instrumento que nós temos em termos de planeamento urbanístico. Nós é que vamos dizer o que pode ser feito e o que não pode”, garantiu.
Deixou depois críticas ao PSD que alienou património e destruiu vários edifícios daquele espaço, acusou. Agora é que se lembraram da Esquadra 12 e vêm com lágrimas no canto do olho”, ironizou Humberto Brito, falando das melhorias que este executivo já trouxe àquele espaço onde funcionavam serviços públicos sem condições. “Nós temos lá feito obras de modo a ter um novo enquadramento com a cidade, que valorizaram o espaço, aqueles passeios largos, aquela abertura. Sabíamos que havia lá tráfico de droga e prostituição que nos preocupavam a todos”, referiu.
À pergunta directa feita deixou uma garantia: “não há nenhum presidente de câmara antes nem depois, há um presidente de câmara que diz que nós temos uma palavra”. “Nunca disse que íamos comprar. Não é intenção deste executivo comprar a Esquadra 12, não é prioridade para o concelho. Queremos investir o dinheiro noutras áreas de intervenção, casos dos sintéticos e da Casa das Artes em Freamunde, que está agora a ser reivindicada. Eu sei que querem concentrar o dinheiro todo em Paços de Ferreira, mas há mais freguesias. Os investimentos não podem ser feitos só na sede do concelho. Há outras prioridades e a nossa não é comprar um terreno para deixá-lo estar lá parado porque investir lá em edifícios de milhões de euros implicaria não fazer investimentos em mais lugar nenhum do nosso concelho e não é essa a nossa estratégia”, defendeu Humberto Brito.
“Temos uma palavra final a dizer e temos um projecto para ser apresentado. Posso aqui anunciar que não temos vindo a permitir o que nos foi apresentado”, sentenciou ainda o edil, referindo-se ao projecto já divulgado pelo próprio município.