Há mais de uma semana e meia que um homem de Lordelo está a dormir à porta da Segurança Social de Paredes. Acácio Ferreira da Silva, natural de Lordelo, está desempregado há mais de 10 anos e vive na rua há sete.

O homem de 47 anos foi recebendo apoio de várias instituições, a última a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e agora regressou a Paredes onde busca a ajuda da Câmara Municipal de Paredes e do Instituto da Segurança Social para encontrar um lugar onde viver e aguardar que fique desbloqueado o Rendimento Social de Inserção.

“Não tenho dinheiro para comer. De segunda a quinta-feira vou à sopa solidária. Nos outros dias tenho que pedir pelas portas”, lamenta o paredense.

 

“Não tenho dinheiro para comer e tenho que pedir pelas portas”

Acácio Fernando Ferreira da Silva tem 47 anos e é natural de Lordelo. Durante anos foi marceneiro numa empresa do concelho. Ficou desempregado quando a fábrica fechou, há mais de 10 anos, conta. Pouco depois divorciou-se e acabou por sair do concelho há procura de outras oportunidades que diz nunca ter encontrado. “Ando a viver na rua e a pedir pelas portas para comer há sete anos”, lamenta. Uma família de Vila Nova de Gaia acabou por deixá-lo instalar-se numa casa durante um período. Mas quando os proprietários faleceram, os herdeiros não o deixaram continuar lá a viver e voltou para a rua.

Sem solução dormiu também em vários albergues, andou por Coimbra e por Lisboa, onde recebeu apoio da Santa Casa da Misericórdia. Foi nesta instituição que o terão aconselhado a voltar para Paredes e procurar ajudas. “A minha vida tem andado assim de rastos. Nunca tive hipótese de ter um trabalho e de fazer uma vida”, afirma Acácio Ferreira da Silva.

Sem sítio onde morar, instalou-se num recanto em frente à Segurança Social de Paredes, onde tem dormido. Neste momento, não conta com qualquer apoio financeiro, diz que não tem dinheiro para comer e tem andado a pedir pelas portas, além de recorrer à sopa solidária da Obra de Caridade ao Doente e ao Paralítico.

 

Caso está a ser acompanhado pela Câmara Municipal de Paredes e pela Segurança Social

“Estou à espera que me desbloqueiem o Rendimento Social de Inserção, mas para isso preciso de uma morada. Continuo a procurar trabalho e casa”, explica o lordelense.

Além de aguardar resposta da Segurança Social, o homem já contactou a Câmara Municipal de Paredes, na semana passada, que sinalizou o caso. Segundo a autarquia, a situação está a ser acompanhada pelos serviços do município, em articulação com a Segurança Social.

O Instituto da Segurança Social, através do Centro Distrital do Porto, afirma que tem vindo a acompanhar a situação deste lordelense, “que encontra-se em situação de sem abrigo”. Em resposta ao VERDADEIRO OLHAR, a Segurança Social diz que “já foram propostas várias soluções de acolhimento, nomeadamente em Centro de Acolhimento ou para vaga no Albergue Nocturno do Porto, bem como outras alternativas habitacionais, que o beneficiário recusa ou abandona”.

“Já lhe foi transmitida a informação de que terá de procurar uma alternativa e apresentar nos serviços da Segurança Social para o serviço poder analisar e inclusive poder ajudar monetariamente no seu pagamento da caução inicial”, refere a mesma fonte.

O Centro Distrital do Porto promete continuar a acompanhar o caso de Acácio Ferreira da Silva.

 

*Notícia actualizada às 11h25 de dia 29 de Abril com resposta do Instituto da Segurança Social