Entre os nomes daqueles que serão os 40 empresários com menos de 40 anos mais promissores do futuro, um ranking do Fórum de Administradores e Gestores de Empresas, do Expresso e da Exame, está o de Diogo Carvalho.
O natural de Paredes, com 33 anos, é actualmente responsável por projectos de Estratégia e Operações nos sectores de Tecnologia, Media e Telecomunicações (TMT) na KPMG.
À conversa com o Verdadeiro Olhar, Diogo Carvalho não esconde que o bichinho dos negócios e empreendedorismo cresceu consigo e ganhou força em cada etapa da sua vida, desde a experiência de bombeiro voluntário, que o ajudou a crescer e a aprender a gerir o tempo, até às muitas vezes que ajudou os pais nos negócios que têm no concelho.
“Esta distinção coloca-me pressão para brilhar mais, conquistar mais, e dá-me responsabilidade”
A lista dos 40 empresários mais promissores com menos de 40 anos é um projecto pioneiro em Portugal. O objectivo é destacar uma nova geração de talento na área da economia que pretende servir de exemplo a outros possíveis empreendedores.
Os 40 Líderes Empresariais do Futuro é um projecto da parceria FAE/Exame. A selecção dos 40 nomes seguiu uma metodologia baseada em várias fases, passando pela análise das informações constantes das candidaturas propostas, tendo em conta critérios como capacidade de liderança; experiência diversificada; background académico; e responsabilidade social. A seguir os candidatos realizaram um teste de Potencial de Liderança e os 60 escolhidos passaram por uma entrevista individual. Por fim, houve a apreciação do júri, constituído por 11 gestores independentes e presidido por António Horta Osório.
A encabeçar a lista ficaram Nuno Jorge Sebastião, director da Feedzai; Frederico Brito e Abreu, director da Kroton Educacional; e Diogo Assis, fundador e CEO da Events by TLC.
O 14.º nome da lista dos 40 Líderes Empresariais do Futuro é o de Diogo Carvalho, paredense que é director da KPMG, uma empresa de Consultoria, Auditoria e Fiscalidade, e trabalha com clientes como a Altice, a NOS, a KPN ou a Ericsson.
Diogo Carvalho diz-se satisfeito com esta distinção de que “não estava à espera”. Foi nomeado por um amigo e aceitou passar por todas as fases de avaliação deste ranking. “Orgulho-me de ter ficado em 14.º lugar e espero que estes exemplos sirvam de motivação para quem está indeciso em tomar a decisão de avançar num negócio ou empresa”, refere o jovem, que se considera prático e objectivo. “Esta distinção coloca-me pressão para brilhar mais, conquistar mais. Dá-me responsabilidade e mais motivação para o futuro”, assume o empreendedor.
Ser bombeiro ajudou-o a ser um bom gestor
Diogo Carvalho acredita que este percurso de sucesso rápido foi motivado pelas aprendizagens da juventude.
Cresceu e estudou em Paredes até fazer o curso de Economia na Universidade Católica, no Porto. Mas os conhecimentos que o levaram a este percurso profissional também nasceram de outras experiências. O pai tinha uma escola de música, onde foi aluno de piano e depois professor, e a mãe uma loja de roupa. “Tinha 12 anos e já vendia coisas para baptizados. Foi aí que começou o bichinho”, garante o jovem.
Seguiu-se uma outra experiência de vida marcante: foi cinco anos voluntário nos Bombeiros de Paredes. “Entrei com 16 anos e cresci muito rápido. Aprendi a gerir situações, a gerir o tempo, a gerir pessoas em stress. Isso marcou-me e deu-me competências de liderança e gestão que me deram vantagens em relação a colegas com a mesma formação”, acredita.
Com a mesma idade, teve a primeira experiência concreta com o mundo do trabalho quando ingressou num estágio de Verão como caixa do Feira Nova (agora Pingo Doce) porque queria ganhar dinheiro para comprar uns patins.
Durante o curso esteve também um ano na Polónia, em Erasmus e num estágio no Banco Millenium BCP.
Quando voltou, em 2006, acabado de formar-se, foi para Lisboa trabalhar em consultoria de gestão e estratégia numa empresa posteriormente adquirida pela Deloitte. Daí, deu o salto para a KPMG, em 2008, onde fez carreira e foi crescendo nos últimos (quase) 10 anos. É responsável pelos sectores de tecnologia, media e comunicações em Portugal e 90% dos negócios que gere são fora de Portugal, em países como Peru, Arábia Saudita, África do Sul, Namíbia, Dubai, Brasil ou México, entre outros. Isso obriga-o, frequentemente, a viajar pelo mundo. “A minha mulher costuma dizer que a minha segunda casa é o avião”, brinca. Tem já dois filhos.
Mas Diogo Carvalho não parou por aqui. O bichinho pelo empreendedorismo levou-o a criar uma startup há cerca de três anos que deu origem a duas empresas nas quais está envolvido: a Mystery Escape Game que organiza eventos e actividades de diversão e team building e que está já presente em Lisboa e no Porto, a caminho de Braga e com oportunidades de expansão para Madrid e Barcelona; e a WIPo que trabalha com soluções de carregadores sem fios.
Ainda joga hóquei e toca piano. Há tempo para tudo, garante
E há tempo para tudo? Há, garante. “Tudo é gestão, inclusive a gestão de tempo. Tento gerir muito bem o tempo e equilibrar a vida familiar e o trabalho. Com um bom planeamento consegue-se tempo para tudo”, defende.
As suas reuniões com os colaboradores raramente duram muito mais de 15 minutos. Em casa, há tempo para tocar piano, algo de que admite gostar bastante. Também ainda joga hóquei, actividade que praticou no Olá Mouriz. Todos os domingos à noite são dedicados à prática da modalidade numa equipa de veteranos.
Tempo há também para vir a Paredes, com frequência, para estar com a família e amigos e ajudar os pais nos negócios. “Gosto muito da cidade e quero ajudar o meu pai com a empresa”, explica. Ter um negócio próprio no concelho no futuro também não está fora de hipótese.