Grandes números

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Um grande número não é necessariamente um número grande; por exemplo, o sete tem
muitos significados mas aqui limitava-me a apontar os sete dias da semana que resultam
do relato da Criação em que Deus trabalhou durante seis dias, viu que era tudo muito
bom o que tinha feito e ao sétimo dia descansou. Ficámos assim e desde então com este dom de descansar um dia em cada sete dias da semana e também para louvar o Criador.

O modo de falar sobre a semana é interessante como acontece quando dizemos “de hoje
a oito” para significar o mesmo dia em que estamos na semana seguinte. Ou então
“daqui a 15 dias” ou “quinzena” para duas semanas, quando de facto duas semanas
correspondem a 14 dias.

Outro grande pequeno número é o 12 ou a “dúzia”: se não dá jeito para contar pelos
dedos (só temos dez deles!), dá jeito para muita coisa: por ser divisível por 2, 3, 4 e 6, é
bom para empacotar coisas, o que acontece também para a modesta meia-dúzia, por
exemplo de ovos ou pacotes de leite. Ou os simpáticos puzzles de seis cubos de madeira
que permitem compor seis figuras diferentes.

O 220 não parece grande coisa, mas se for de volts, temos a tensão da nossa corrente
elétrica, que antigamente era de 110 V – como ainda agora é nos EUA – e que tem a
vantagem de conduzir a mesma quantidade de energia com condutores mais finos. E a
desvantagem de dar choques mais fortes quando se toca em fios desprotegidos.

Números grandes mesmo são os astronómicos, começando pelos 150 milhões de
quilómetros que separam o Sol da Terra; esta distância, que a luz percorre em cerca de
oito minutos, foi considerada como a “unidade astronómica” (UA). Podíamos pensar na
Terra como uma nave espacial que se desloca em torno do Sol a a 107 mil quilómetros
por hora. A distância que a luz percorre num ano, o chamado ano-luz, é enorme e
corresponde a cerca de 63.000 UA. Se quisermos pôr este percurso em quilómetros
temos o número 1 seguido de 12 zeros. A estrela mais próximas da Terra a seguir ao
Sol, a Alfa Centauri, está à distância de 4,4 anos-luz, uma ninharia se comparada ao
tamanho do Universo, que é superior a 150 mil milhões de anos-luz.

O corpo humano também tem muitos números grandes, como os 100.000 cabelos na
cabeça de um jovem ou os 25 biliões de glóbulos vermelhos em 5 litros de sangue. E
refiro-me a “biliões” europeus, note-se, em que cada um vale um milhão de milhões, e
não ao “billion” dos EUA que se fica pelos mil milhões.

Também há números que, em certas circunstâncias, podem receber qualificativos,
mesmo se pequeninos, como o 1, o 3 e o 5. É que, na Liga dos Campeões Europeus, se
pode chamar mau ao -1 do Sporting com o Barcelona e péssimo ao -5 do Benfica em
Basileia. E naturalmente que o +3 do Porto no Mónaco foi ótimo; que haja mais como
este… muitos!