“Deixem as redes sociais e preocupem-se apenas em trabalhar e não queiram MANIPULAR a opinião pública, não falando a verdade”, escreveu o ex-presidente da Junta de Freguesia de Gandra, José Mota, na página pessoal da rede social Facebook, de forma pública, como comentário a uma partilha de Armando Leal, secretário da Junta de Gandra, com a notícia do Verdadeiro Olhar sobre declarações proferidas na última sessão da Assembleia Municipal de Paredes, onde ocupa o lugar de deputado pelo Partido Socialista.
“Direito de resposta”, lê-se no topo da publicação, que usa maiúsculas para dar ênfase a algumas palavras. “E para que fique bem claro e o assunto termine mesmo aqui, para bem da VERDADE e de GANDRA, falta dizer que o Armando Leal e a Sílvia Sá Pinto estiveram também presentes na célebre reunião do dia 30 de Novembro, reunião essa que nunca deveria ter acontecido e cujo assunto era a partilha do terreno com a Junta de Recarei, terreno esse que o Tribunal confirmara ser propriedade a 100% da Junta de Freguesia de Gandra”, clarifica José Mota.
Ele que discordou desse “pretenso acordo” porque não foi “eleito para trair a população de Gandra” abandonou a reunião e, consequentemente, perdeu a confiança política do presidente da Câmara. “Vocês foram testemunhas presenciais de que o presidente da Câmara me ameaçou retirar a confiança política se eu saísse. Como rejeitei liminarmente tudo, abandonei de imediato a reunião. VOCÊS CONTINUARAM LÁ”, salienta, referindo-se a Armando Leal, secretário da Junta, e Sílvia Sá Pinto, antes tesoureira do executivo, mas que, com a renúncia de José Mota, ocupa agora o cargo de presidente da Junta.
“Não sei o que se passou depois de eu sair. Se tivessem SOLIDARIAMENTE saído comigo, o desfecho poderia ter levado outro rumo”, critica o ex-autarca. “Deixem as redes sociais e preocupem-se apenas em trabalhar e não queiram MANIPULAR a opinião pública, não falando a verdade. Os motivos por que eu renunciei foram apresentados na Assembleia de Freguesia do dia 9 de Dezembro e amplamente divulgados pela Comunicação Social. Tenho dito”, termina.
Recorde-se que, na referida Assembleia de Freguesia, José Mota explicou que o principal motivo para a sua saída foi um desacordo com o presidente da Câmara, Alexandre Almeida, sobre um terreno que está em disputa judicial com a freguesia vizinha de Recarei. O autarca convocou o executivo da Junta de Gandra a uma reunião em que terá alegadamente dito que aquele terreno “também era de Recarei”, apesar de a decisão de um recurso de uma providência cautelar apontar a Junta de Gandra como proprietária. “Não aceitei que Gandra, a minha terra, fosse prejudicada. Abandonei essa reunião e, por isso, perdi a confiança política do presidente da câmara. Ele disse-me de caras, ‘se abandonar a reunião perde a minha confiança política’”, assegurou José Mota, acusando o presidente da autarquia de se colocar ao lado de uma freguesia.
Armando Leal partilhou a notícia do Verdadeiro Olhar sobre a discussão do tema em Assembleia Municipal, juntamente com um excerto das declarações que ele próprio proferiu, sobre o facto de a oposição estar a reivindicar eleições intercalares na freguesia. “Tenho a maior estima pelo ex-presidente José Mota, respeito a sua tomada de decisão, até pelas questões pessoais. Mas se existe algo em que divirjo dele é em que não é a ir embora que continuamos a lutar pelos interesses da freguesia, é a ficar. Nada nos impede de continuar a dialogar com o senhor Presidente da Câmara e continuar a defender os interesses dos nossos fregueses”, referiu Armando Leal naquele órgão. Acrescentou também que “a Junta de Freguesia de Gandra irá continuar a defender a propriedade do terreno” e que “a única entidade que poderá dizer algo em contrário será o tribunal”, havendo, ainda, possibilidade de recurso.