Chama-se Ricardina Carneiro, tem 13 anos e é de Freamunde, e acaba de sagrar-se campeã nacional de uma modalidade raramente associada ao sexo feminino: a pesca desportiva em água doce. No currículo já tem outro título nacional, em iniciados, e várias vitórias em campeonatos regionais. A atleta do Clube Pesca e Caça de Freamunde foi este ano, pela primeira vez, ao campeonato do mundo da modalidade na Sérvia, representar o país. Está já selecionada para ir ao campeonato do mundo de 2016, que vai decorrer em Portugal, no Rio Sorraia em Santa Justa. E é ao pódio que quer chegar.
Ganhar num mundo de rapazes
A jovem estudante da Escola Básica e Secundária de Freamunde nem sabe bem como surgiu o gosto pela modalidade, mas o mais certo é ter sido por influência do pai e do tio, também atletas da modalidade. Tudo começou com a participação de uma prova de não federados em Freamunde, em que alcançou o segundo lugar. Desde os oito anos que pratica a modalidade. Já representou o Atlético Clube de Bougadense e, actualmente, representa o Clube Pesca e Caça de Freamunde.
No currículo tem os títulos de campeã regional de iniciados (2011), campeã regional de juvenis (2014 e 2015). Este ano também já representou a selecção no campeonato do mundo de pesca desportiva, realizado na Sérvia. Está já selecionada para o próximo campeonato do mundo de pesca desportiva em água doce, que vai decorrer no nosso país, no próximo ano. No passado dia 18, sagrou-se Campeã Nacional Juvenil de Pesca Desportiva em Água Doce, em Coruche. “Sinceramente não estava à espera porque o meu principal adversário era muito forte. Não tenho palavras para descrever a minha emoção, sendo eu a única rapariga neste escalão e ganhar aos rapazes”, confessa a jovem de 13 anos.
A estudante venceu o adversário por uma diferença de apenas 20 gramas numa prova de três horas. No total dos dois dias de competição a atleta capturou 13 quilos de peixe.
Ricardina Carneiro defende que para ser um bom atleta basta gostar da modalidade. Claro que também é preciso muito treino. “Normalmente, treino duas vezes por semana. E é preciso ter algum conhecimento sobre os materiais e saber usá-los”, salienta.
“Os meus amigos às vezes dizem-me na brincadeira: ‘Ricardina dedica-te à pesca’”
A participação nas provas desta modalidade tem permitido à jovem fazer amigos e conhecer o país.
Já os colegas de escola até acham piada ao facto de ser uma pescadora. “Sempre me deram apoio e nunca me fizeram desistir. Pelo meu aniversário juntaram-se e deram-me um apoio monetário para a minha ida ao campeonato do mundo”, conta. Mas há sempre uma ou outra brincadeira entre eles “Às vezes dizem-me: ‘Ricardina dedica-te à pesca’.
A freamundense pretende continuar a fazer aquilo que gosta. Entre os sonhos que guarda para o futuro está o de ser campeã do mundo. “É um enorme orgulho vestir a camisola da selecção e ouvir o hino é a melhor sensação do mundo”, garante.