O primeiro Presidente da Câmara Municipal de Paredes eleito depois do 25 de abril de 1974, Francisco Ribeiro da Mota, foi homenageado, no sábado, em Sessão Solene no Salão Nobre dos Paços do Concelho, sendo-lhe entregue a Chave de Honra do Município de Paredes, diz nota de imprensa da autarquia. “É a mais alta distinção municipal, atribuída apenas a Chefes de Estado ou de Governo e a Presidentes de Câmara”, realçou Celso Ferreira, no seu discurso durante a cerimónia.
“Francisco Ribeiro da Mota foi o primeiro Presidente da Câmara Municipal de Paredes a ser escolhido pelo povo, com todo o simbolismo que isso acarreta. Por isso mesmo, penso que é da mais elementar justiça que a Sala de Audiências do edifício dos Paços do Concelho passe a ter o seu nome. E também já está deliberado que vamos ter a Rua Francisco Ribeiro da Mota na cidade de Paredes”, revelou ainda o Presidente da Câmara.
Francisco Ribeiro da Mota é natural de Gandra. Chegou a ingressar no curso de Medicina da Universidade do Porto, mas interrompeu-o porque foi chamado a cumprir o serviço militar obrigatório e seguiu para a Guerra do Ultramar, em Moçambique. Depois do 25 de Abril de 1974 abraçou a causa pública e o associativismo. Em 1975, assumiu o cargo de Comandante dos Bombeiros Voluntários de Lordelo, missão que desempenhou ao longo de 31 anos. Um ano mais tarde, em 1976, depois das eleições para a Assembleia Constituinte e das Legislativas, chegara a hora do primeiro sufrágio autárquico em democracia, ainda se vivia o rescaldo do PREC. Francisco Ribeiro da Mota candidatou-se pelo CDS–PP e venceu as eleições. Foi eleito presidente da Câmara Municipal de Paredes a 12 de Dezembro de 1976, fez precisamente 39 anos no dia da homenagem, e tomou posse a 6 de Janeiro de 1977. Esteve 209 dias no exercício das funções. As pressões e ameaças de que foi alvo naquele conturbado período, aliadas ao stress pós-traumático da guerra, fizeram com que a família o forçasse a resignar. Da sua gestão autárquica, destaque, entre várias outras medidas, para o fim do trabalho camarário aos sábados, fruto da sua permanente preocupação com o bem-estar e as condições de trabalho dos seus colaboradores.