A situação financeira da Câmara Municipal de Valongo está “sólida”, por isso a maioria antevê um “futuro próspero” para o município. Pelo menos é o que diz a autarquia, em comunicado, depois de ter visto aprovado hoje, em reunião do executivo, o relatório e contas relativo ao ano passado, com os votos contra do PSD.

“O documento reflecte uma situação financeira robusta, com resultados que traduzem a eficácia do modelo de gestão do actual executivo” que assenta “na consolidação do território”, lê-se na nota de imprensa.

Citado no mesmo documento, o autarca, José Manuel Ribeiro, sublinha que Valongo está em “constante renovação”, apostando na “promoção do desenvolvimento sustentável, cada vez mais inclusivo e tolerante, indo ao encontro das expectativas dos munícipes das freguesias de Alfena, Campo, Ermesinde, Sobrado e Valongo”.

No que diz respeito às contas, e na parte da receita, a execução ultrapassa os 71 milhões de euros, num orçamento de mais de 81 milhões de euros. O que se traduz numa taxa de execução de “87,18%”, evidenciando a “constante preocupação na convergência entre as previsões finais do orçamento e a receita realmente arrecadada, refere a mesma nota.

Já a despesa, contou com uma taxa de execução superior a “98%” e, no que diz respeito a pagamentos, o município executou uma percentagem de 82%, comprovando um “excelente nível de desempenho orçamental nesta componente”.

A dívida, de quase 30 milhões de euros, e apesar de se registar “um aumento de 18,82%”, a edilidade justifica esta subida com “empréstimos a médio e longo prazo, decorrente dos pedidos de libertação de verbas dos financiamentos da Casa da Democracia Local e de investimentos diversos”.

A maioria socialista faz questão de frisar que, “pelo sétimo ano consecutivo, a dívida total é inferior a 1,5 vezes a média das receitas correntes dos últimos três anos, sendo a margem absoluta de cerca de 44,96 milhões de euros e a margem disponível de mais de 6 milhões.

A autarquia volta a relembrar o passado, recordando que, desde o final de 2013, ano em que “a dívida total ascendia a 54 milhões de euros, a mesma apresenta (agora) uma redução global de cerca de mais de 24 milhões”.

Apesar de o resultado líquido ser negativo, em mais de dois milhões de euros, a autarquia ressalva que “o resultado antes de depreciações, amortizações e gastos de financiamento” envolve um montante que supera os nove milhões de euros, o que “demonstra que os rendimentos decorrentes da actividade desenvolvida pela autarquia são superiores aos gastos”, lê-se ainda na nota de imprensa.

Feitas as contas, a Câmara de Valongo diz que cumpriu o que prometeu ao “promover a consolidação do território”. Neste momento, o município tem “uma rede administrativa de proximidade que permite aos cidadãos aceder a serviços de diferentes entidades num único balcão”, e aponta como exemplos a Loja do Cidadão, em Ermesinde, e os espaços do cidadão em todas as Freguesias, permitindo “servir melhor todos os utilizadores”.

Também a construção da Casa da Democracia Local vai “privilegiar a interacção dos munícipes”, assim como a “requalificação do parque escolar”, que inclui obras na escolas “Básica Vallis Longus, Secundária de Valongo e, por exemplo, nas básicas da Boavista e do Susão”.

O Fundo de Emergência Social, a implementação do Plano Municipal de Saúde 2019-2025 | Valongo: Mais e Melhor Saúde,  assim como a área da cultura e promoção da leitura, são pontos que a edilidade valoriza e que envolve trabalho da maioria.

Valongo também garante que vai utilizar ao máximo os recursos do Quadro Comunitário de Apoio Portugal 2020, que vão ser gastos em “investimentos essenciais” para a população, como sejam nas acessibilidades e mobilidade.

Também ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o município assegura que as verbas visam “proporcionar as condições para o desenvolvimento de um conjunto de reformas e de investimentos com vista à retoma do crescimento económico sustentado”, apontando a habitação e as acessibilidades como metas traçadas.

Além disso, garante continuar a apostar numa “estratégia activa de promoção do concelho inovando as logomarcas que reforçam a identidade e diferenciam Valongo dos outros territórios: serras e rios, regueifa e biscoito, ardósia, brinquedo tradicional português, bugiadas e mouriscadas e santuário, a que se juntaram mais três marcas identitárias: as trilobites, os romanos e os ferroviários”.