A feira de Freamunde não pôde realizar-se no local habitual. Na manhã desta terça-feira, quando os feirantes se preparavam para montar a tenda, foram informados que o terreno onde, de 15 em 15 dias, recebiam os clientes tinha sido vedado pela família que detém a sua propriedade.
Ao VERDADEIRO OLHAR, um dos membros da família, Pedro Barros, esclarece que a decisão de vedar o espaço não está relacionada com a feira, mas sim com o “uso indevido” que estava a ser dado aquele local.
Já a presidente da Junta de Freguesia de Freamunde, Armanda Fernandez, refere que o problema está ligado com uma rua que está a ser feita em Freamunde e cujo projecto prevê a sua passagem por “um canto” do terreno onde se realizava a feira.
Certo é que os feirantes tiveram de montar a tenda na berma da estrada.
Proprietários explicam decisão
Há vários anos que a feira de Freamunde se realizava num terreno privado. A utilização daquele espaço teve o acordo do proprietário, mas nunca foi formalizada em protocolo ou noutro tipo de documento oficial. O que permitiu que, na tarde de segunda-feira, a família que detém a posse do espaço mandasse vedar o local. Assim, quando os feirantes chegaram, já na manhã de terça-feira, a Freamunde viram-se confrontados com a impossibilidade de montar a tenda no sítio habitual. “Foi o Polícia Municipal que nos disse que não podíamos ir para o nosso lugar. Tínhamos de montar a barraca na berma da estrada que foi cortada ao trânsito”, conta Eduardo Pereira.
Pedro Barros explica os motivos que quase impediu a realização da feira. “O terreno foi vedado porque é privado e estava a ser usado de forma indevida, numa espécie de arruamento. Não temos nada contra a feira”, garante.
A presidente da Junta de Freguesia de Freamunde vai mais longe e alega que é a construção de uma estrada o cerne da questão. “Penso que o problema está relacionado com uma obra que está a ser feita nas imediações do local. É uma rua que liga o centro da cidade à rotunda das piscinas e que atravessa um canto desse terreno”, afirma a autarca Armanda Fernandez.
Apanhados no meio deste imbróglio, os feirantes queixam-se. “Nos outros dias e a esta hora já tinha vendido alguma coisa, mas hoje ainda não vendi nada. As pessoas andam à procura das tendas”, refere Maria Martins, vendedora de roupa de cama. “Sinto-me maltratado. Isto não se faz aos feirantes”, acrescenta José Costa, à frente da banca de ferragens. “Fomos apanhados de surpresa. Nunca tínhamos ouvido falar de qualquer problema”, garante Eduardo Pereira.
Armanda Fernandez diz, ainda, que a Junta de Freguesia não foi informada da vedação do terreno e que está a estudar uma alternativa para a feira que se realizará no dia 27. Será, no entanto, sempre uma solução provisória, pois a autarquia pretende instalar definitivamente a feira “junto às piscinas” e num terreno que seja “público”.