“A Câmara Municipal está a fazer pouco de nós”. Estas foi uma das muitas frases ouvidas esta tarde, por várias dezenas de feirantes, que se juntaram em frente ao edifício dos paços do concelho de Paredes, como forma de protesto contra as alterações previstas para o espaço da feira local.
A autarquia alega que está em causa uma otimização do espaço, mas esta ideia esbarra nas pretenções dos comerciantes que dizem que “vão mudar para zonas menores” e que há alguns que “vão ficar colados às casas”, o que, no futuro, vai causar constragimentos.
Marcos Couto é uma das vozes que se insurge contra o projeto que a edilidade tem pensado para o espaço da feira semanal. Ao VERDADEIRO OLHAR contou que “inicialmemte, quando a Câmara nos apresentou esta ideia, “iamos ficar dividida por setores, mas agora apresentam-nos um projeto com tudo misturado”.
O vendedor de miudezas diz ainda que os feirantes da zona superior da feira vão ocupar os espaço vazios em baixo, mas há tendas que vão ficar muito reduzidas. Não temos onde pôr as carrinhas nem a mercadoria”, lamentou Marcos Couto que termina dizendo que a edilidade está a “tapar um buraco para fazer outro”.
Ao lado, Irene Fernandes eleva a voz dizendo que se a Câmara Municipal “não tiver bom senso”, os protestos “não vão parar. Estão a brincar connosco e com o nosso trabalho, porque o que aqui está em causa é a injustiça com que os cerca de 70 feirantes da parte superior da feira (de um total de cerca de 200) estão a ser tratados”. “Quando há eleições, todos os partidos sabem onde é a feira”, atirou a comerciante.
Também Jorge Leal é a voz do desagrado, porque há 35 anos que corre várias feiras a norte do país e diz que nunca viu nada assim. “Sou de Paredes e o meu presidente humilha-me, porque não nos ouve e não quer saber de quem trabalha”. O feirante promete que, e caso a Câmara Municipal não dê ouvidos a estes protestos”, os comerciantes “vão fazer-se ouvir em todas as festas e romarias do concelho. Vamos andar atrás do presidente até que ele nos ouça”.
Questionada pelo VERDADEIRO OLHAR sobre estes protestos, a Câmara Municipal de Paredes confirmou que está a proceder a alterações no local da feira, que passam por fazer algumas alterações que, no final, vão resultar na dinamização do “comércio a retalho”, tornando “o espaço com melhores condições para feirantes e visitantes”.
Para além disso, estas mudanças inserem-se num projeto da autarquia que inclui ainda uma zona para “parque de estacionamento, na parte superior do recinto da feira”, que vai apoio, não só aquele comércio, como também ao mercado da cidade.
Esta foi uma proposta que contou com o aval da Associação de Feirantes do Distrito do Porto, Douro e Minho (AFDPDM), o que quer dizer que o município cumpriu “todos os procedimentos legais”, destaca ainda a autarquia, elencando que “os feirantes foram devidamente informados das novas alterações”, através de uma reunião realizada a semana passada.
Assim, e quando a feira estiver concentrada na parte inferior do recinto, “os feirantes terão melhores condições de trabalho e de promoção da comercialização dos seus produtos”, concluiu a edilidade.