Após duas absolvições do Tribunal de Penafiel, o ex-presidente da Câmara de Paredes, Celso Ferreira, volta a ser isentado de responsabilidades criminais pelo Tribunal da Relação do Porto, no caso em que era acusado de dois crimes de prevaricação, pondo assim, um ponto final num processo judicial que começou em 2020.

Em causa estava o concurso dos centros escolares construídos no concelho durante a sua governação. Nesse âmbito, o antigo autarca tinha sido absolvido da acusação de ter escolhido as empresas de arquitectura e fiscalização para projetos de 15 centros escolares e de ter permitido a divisão da obra em diferentes empreitadas para possibilitar ajustes diretos.

Só que o MP recorreu da decisão para a Relação, uma vez que entendeu que Celso Ferreira terá violado o princípio da concorrência e planeou favorecer empresas, mas voltou agora a ser absolvido e o recurso do MP foi considerado improcedente, uma vez que “não resultou provada a prática de qualquer acto de condução ou orientação ou qualquer influência do arguido quanto aos concretos procedimentos a adoptar”.

À semelhança do que aconteceu com o Tribunal de Penafiel, que já tinha absolvido duas vezes o ex-autarca, a Relação entendeu também que não foi feita prova que o arguido tenha delineado qualquer plano ou interferido na contratação das empresas.

Ao VERDADEIRO OLHAR Celso Ferreira mostra-se satisfeito com o culminar deste caso, não deixando de lamentar que este tenha sido “o preço a pagar por querer o desenvolvimento de Paredes” e por ter ido contra “os interesses instalados”.

Apesar de todo este processo, a verdade é que hoje, e quando olha para trás, se sente orgulhoso do que conquistou no concelho, no que diz respeito à educação. “Em 2005, Paredes era dos piores municípios ao nível do abandono escolar” e, em 2017, estava catapultado para lugares cimeiros no ranking “das melhores políticas de educação”. Por isso, ganhou a população e, sobretudo, “as crianças que puderam ter um futuro melhor”.

Assim, Celso Ferreira confessa que só se pode “regozijar”, não só com o trabalho que fez na liderança do município, como também com o fim deste processo que, e apesar de lhe ter “interrompido a carreira política”, o levou por um outro caminho e hoje sente-se feliz com a sua opção, porque é “um empresário de sucesso”.