José Coelho, candidato da Coligação “Acreditar Lousada” à Freguesia de Meinedo, começa a trabalhar forte na sua afirmação como “Rei da Bazófia” desta campanha eleitoral.
De entre as suas promessas, passo a citar duas já conhecidas:
– Oferecer 15 bolsas de estudo a alunos residentes em Meinedo e que frequentem o Ensino Superior, em função do rendimento do seu agregado familiar, no valor máximo de € 200,00 por cada bolsa;
– Oferecer todo o material escolar aos alunos do Infantário e do Primeiro Ciclo, a adquirir no comércio local ou a comerciantes residentes em Meinedo.
As promessas têm, ambas, a seguinte menção: “Esta oferta será totalmente paga pelos membros do executivo da Junta que vão abdicar do salário a que têm direito”.
Desde logo, é interessante ver como um candidato que se propõe gerir milhares de euros e uma das maiores freguesias de Lousada, não consegue superar um salto lógico. Se os membros do executivo abdicam do seu “salário” (que é um abono, mas não vamos falar disso…), não o recebem e ponto. Se abdicam, o Estado não lhes paga… Ora, eles não vão abdicar de nada; quanto muito, vão receber o dinheiro e doá-lo para os ditos fins. Até aqui, é de valor!
Mas, partindo do princípio que estes senhores têm um trabalho a tempo inteiro para poder doar o abono, exercerão os seus cargos em regime de não permanência, o que significa que, mensalmente, um Presidente receberá € 275,58 e um Secretário e um Tesoureiro receberá € 220,46 cada um. Estamos, assim, a falar de € 716,50 mensais ilíquidos pois, mesmo doando o dinheiro, vão pagar IRS sobre esse rendimento no fim do ano. Se eles assumirem isso e todo o dinheiro for doado, estamos a falar de cerca de € 8.500 num ano. É dinheiro? É sim senhor… E é de valor? É sim senhor…
Mas estamos a falar de 15 bolsas de estudo até € 200 (aprox. € 3000) e todo o material escolar para cerca de 400 crianças (dados censos 2011, que não devem ser muito diferentes no hodierno) em idade pré-escolar e do primeiro ciclo. E qualquer pessoa sabe quanto é que se paga para o material escolar no fim de agosto, início de setembro, quando os miúdos vão para a escola… Como dizia o outro, “é só fazer as contas”, para se ver que estamos perante certas bazófias! Afinal, com “Papas e bolos…” se enganam os Magnetenses.
E dirão: “Mas João, ainda assim, mesmo que o dinheiro não chegue, é de valor…”. É sim senhor… Vamos é a ver se o dinheiro estica porque a procissão de promessas parece que ainda vai no adro e eu já estou a começar a ver um buraco em Meinedo!