Equus Pallidus

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O Apocalipse, o último livro da Bíblia e o mais difícil de interpretar, tem, no entanto, instantâneos com a luminosidade de um relâmpago, e o “Equus Pallidus” [1] é sem dúvida um desses relâmpagos fulgurantes.

O Apocalipse é um livro enrolado, como um pergaminho, que está fechado com sete selos. S. João na sua visão da ilha de Patmos, é chamado para assistir à abertura de cada um dos selos pelo Cordeiro (Jesus Cristo).

«E  seguiu-se a minha visão. Logo que o Cordeiro abriu o primeiro selo [……]

[….] «E logo que ele abriu o quarto selo, ouvi o grito  do quarto Vivente gritando: “Vem!” E eis que apareceu aos meus olhos um cavalo esverdeado; o que o montava chamava-se a Peste e o inferno seguia-o.

Então  foi-lhe dado poder sobre um quarto da terra para exterminar  pela espada, pela fome, pela peste e pelas feras da terra[2]

E o que é esta tremenda pandemia do “Corona Virus” senão a peste do Século XXI ? [3]E de onde veio esta peste senão de um mercado de animais vivos de todo o género, ao que parece de uma espécie de raposa chamada “Guaxinim”?

E a seguir à “Peste” que outra coisa é de esperar senão a fome ?

E pela espada ?

Será que o mundo já esqueceu um grande massacre, não propriamente à espada, mas por outras  armas de guerra, numa grande praça, sob o olhar da enorme efígie de um grande ideólogo que tem ainda entre nós fervorosos seguidores?

 

[1] O Apocalipse de S.João foi escrito em grego. A palavra «pallidus», traduzida por S. Jerónimo na Bíblia, em grego é “Chloros”, cor entre o  verde e o amarelo. Na tradução portuguesa de Matos Soares vem “amarelo”. Na tradução da chamada “Bíblia de Jerusalém, na sua edição francesa, vem “verdâtre”, esverdeado.

[2] Segui a tradução da chamada Bíblia de Jerusalém, na sua edição francesa de Desclée de Brouwer, de 1955.

[3] Parece, segundo a opinião de grandes autoridades no assunto, que em Portugal esta epidemia não tem o caráter explosivo presente em muitos Países europeus, para o que não encontram uma explicação satisfatória. Não será a Virgem de Fátima a explicação?

 

Luís de Sena Esteves