O novo presidente da Associação de Directores de Enfermagem quer mais autonomia nos contratos de substituição dos enfermeiros e a criação da categoria profissional de enfermeiro gestor.
José Ribeiro, enfermeiro director do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS), tomou hoje posse, passando Penafiel a ser sede da associação que integra os 41 enfermeiros directores dos hospitais nacionais.
Depois da tomada de posse dos novos órgãos, o novo presidente assumiu que o sentimento era “de orgulho e de responsabilidade”, pelo reconhecimento dado pelos colegar enfermeiros directores.
“Será minha responsabilidade conduzir um trabalho que permita pôr os enfermeiros directores em partilha, não só de conhecimento e experiências, mas também de projectos que possam ser disseminados de umas instituições para outras. Isso leva a um aumento de competência mas também a um compromisso com o Serviço Nacional de Saúde”, afirmou. “Queremos contribuir para o SNS com medidas que permitam maior eficiência, responder adequadamente aos nossos utentes e melhorar as organizações”, garantiu José Ribeiro.
“Estamos a falar de uma situação prevista em mapa de pessoal, que não tem aumento de custos nem aumento de recursos humanos”
Uma das medidas pela qual promete lutar nos próximos dois anos está ligada à substituição dos recursos humanos, com a Associação de Directores de Enfermagem a querer maior autonomia nestes contratos. “Nesta reunião foi discutido que nos casos de uma necessidade que é fruto de um pedido de rescisão do contrato, de uma licença sem vencimento ou de um atestado de longa duração, o conselho de administração devia ter autonomia para poder fazer o contrato e remetê-lo ao Ministério da Saúde para ratificação”, argumentou o enfermeiro director do CHTS.
“Estamos a falar de uma situação prevista em mapa de pessoal, que não tem aumento de custos nem aumento de recursos humanos e, desta forma, poderíamos rapidamente substituir as pessoas ao invés de prejudicar o normal funcionamento dos serviços”, defende José Ribeiro.
Segundo o presidente da Associação, esta medida “simples” de “descentralizar para os conselhos de administração essa responsabilidade” permitiria combater o absentismo, diminuir as horas extraordinárias, conseguir a melhoria da eficiência e até um maior acesso aos cuidados de saúde.
“O ministro da Saúde tem noção desta necessidade e sabe das nossas pretensões. Acreditamos que encontrará uma solução e que corresponderá a este desafio lançado”, disse.
Por outro lado, José Ribeiro quer a criação da categoria profissional de enfermeiro gestor, destinada aos profissionais com funções assistenciais e clínicas, mas que também gerem serviços e departamentos. “Para que deixe de existir esta manta de retalhos e só possa exercer o cargo quem tiver competências. Não se trata de criar mais nenhuma categoria nem nomear mais pessoas, trata-se de ter a garantia de que quem vai para a gestão tem perfil para ser gestor e tem perfil para continuar a ser enfermeiro e a defender os interesses dos utentes”, sustentou.
Enfermeiro desde 1988 e, desde 2000 a exercer funções na área de gestão (nos conselhos de administração da ARS Norte, do Hospital de Valongo, do antigo Hospital do Alto Ave e do CHTS), José Ribeiro deixou ainda uma garantia: “Tudo o que eu fizer será a favor da sustentabilidade do SNS, a favor de um compromisso mais vincado com o SNS, de ter organizações a funcionar de forma mais adequada e enfermeiros com capacidade para exercer as suas funções com qualidade e segurança, que é o que os doentes merecem”. Defende ainda mais inovação, eficiência e pro-actividade no SNS, que está próximo de completar 40 anos de existência.
José Ribeiro foi eleito presidente da associação no dia 27 de Janeiro para um mandato de dois anos. A Associação de Directores de Enfermagem existe desde 1998.