Mais de 130 empresários, de 17 países diferentes, originários de quatro continentes, já se inscreveram no III Encontro de Investidores da Diáspora, que irá decorrer entre 13 e 15 de Dezembro, em Penafiel. O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, irá estar presente na abertura do certame.
A cerimónia de apresentação decorreu, esta manhã, nas instalações da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa, contando com a presença do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, do presidente do Conselho Intermunicipal da CIM do Tâmega e Sousa, Armando Mourisco, e do presidente da Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa.
Segundo a organização, os “Encontros de Investidores da Diáspora” têm como propósito facultar aos empresários portugueses no estrangeiro o acesso a informação em áreas-chave sobre as políticas públicas em Portugal, nomeadamente no plano dos mecanismos institucionais de apoio ao investimento.
O III Encontro dos Investidores da Diáspora será constituído por três painéis, o primeiro direccionado para as questões de âmbito nacional, o segundo para os temas regionais e um terceiro painel direccionado para os empresários e investidores locais.
Na sua intervenção, o presidente da Câmara de Penafiel realçou a oportunidade da cidade acolher um evento que se assume uma importância acrescida para todo o território da área da CIM Tâmega e Sousa.
“Depois de Sintra e de Viana do Castelo, cabe a Penafiel acolher este importante encontro dos investidores, é uma oportunidade de afirmação, uma oportunidade de projecção de toda a comunidade que vai criar investimentos, trazer oportunidades de negócios para os investidores da Diáspora, mas também para os empresários da região”, disse, salientando que os emigrantes têm por natureza uma capacidade de empreender, sendo já bastantes os cidadãos nacionais e da região que emigraram e são, hoje, empresários de sucesso.
O chefe do executivo penafidelense recordou que a realização deste encontro em Penafiel é uma oportunidade para potenciar redes de contactos entre empresários, disponibilizar a esses mesmos investidores informação sobre o território da região, informação acerca das empresas e dar-lhes a conhecer os mecanismos que existem para atrair investimento e emprego.
“Apelo para que os dirigentes das associações empresariais para que possamos ter em Dezembro, nestes encontros, empresários, potenciar o investimento, os negócios e dar contributos para que a região possa dar os saltos qualitativos que todos desejamos”, expressou.
Já o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas enalteceu a cooperação entre autarcas da CIM do Tâmega e Sousa, fazendo com que este III Encontro de Investidores da Diáspora fosse realizado na região.
“Estes encontros devem ser encarados como uma oportunidade para dar a conhecer à Diáspora oportunidades de investimento territorial, criação de emprego, de capitalização de empresas neste território”
José Luís Carneiro assumiu que estes encontros são uma oportunidade para toda a região, contribuem para promover o investimento no território e apoiar a internacionalização de empresas.
“Estes encontros devem ser encarados como uma oportunidade para dar a conhecer à Diáspora oportunidades de investimento territorial, criação de emprego, de capitalização de empresas neste território, mas, também, oportunidades que venham a ser indutoras de desenvolvimento sustentável”, avançou.
O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas assumiu, por outro lado, que estes encontros são uma aposta ganha, esperando uma adesão em massa de empresários e demais actores e agentes da economia do território em Dezembro.
“Desde o primeiro encontro passamos de 200 empresários, oriundos de 35 países, para 380 empresários, oriundos de 38 países. Este ano, os números apontam para um crescimento igualmente significativo. Já temos 130 inscrições, com origem em 17 países ainda o programa do certame não foi divulgado”, disse, salientando estar optimista que as inscrições vão superior às das duas últimas edições, mas também devido ao facto de as anteriores edições terem contribuído para atrair investimento para o país que é já de muitas dezenas de milhares de euros.
“O processo de internacionalização do país faz-se pela integração dos cidadãos na vida quotidiana das sociedades de acolhimento”
José Luís Carneiro ressalvou, também, que estes encontros têm sido a mola de projecção para a internacionalização de muitas micro e pequenas empresas que ao estabelecerem parcerias e assim conseguem encontrar novos nichos de mercado.
“O mercado das comunidades portuguesas constitui o primeiro espaço de integração nos mercados internacionais. O processo de internacionalização do país faz-se pela integração dos cidadãos na vida quotidiana das sociedades de acolhimento e hoje uma parte significativa dos mercados das empresas portuguesas são já mercados estrangeiros, de diversidade linguística e cultural”, afirmou.
O governante defendeu que estes encontros vão ser um momento da consolidação da aposta desenvolvida no âmbito do Gabinete de Apoio ao Investimento da Diáspora, na medida em que existe uma comunhão de esforços entre autarcas que reconhecem a importância do investimento e do micro investimento.
“Esta região constitui uma das maiores bolsas de emigração da Diáspora portuguesa. Significa que esta região é das mais internacionalizadas do país. Encontrámos cidadãos da região em quase todos os países. Temos 5,7 milhões de emigrantes e luso-descendentes que estão distribuídos em 192 países”, afiançou.
Na sua intervenção, o secretario de Estado destacou, ainda, que a região dispõe uma estrutura económico-social que se caracteriza pela sua diversidade, dispõe de um tecido empresarial dinâmico, com uma exportação pujante ao nível do mobiliário, calçado e granito, um património cultural, material e imaterial fundamental para o desenvolvimento do turismo.
“Estou convencido que este III encontro vai dar um impulso num momento decisivo que o país está a viver, e que a CIM do Tâmega e Sousa poder ser, assim haja vontade, o primeiro centro sub-regional de diálogo e de cooperação urbano-rural, servindo, também, para apresentar várias das medidas que estão no Orçamento de Estado para financiar o investimento no interior como para atrair a Diáspora apresentando um conjunto de políticas integradas para trazer uma nova dinâmica aos territórios de menor densidade populacional”, adiantou.
O presidente da CIM Tâmega e Sousa e da Câmara Municipal de Cinfães, Armando Mourisco, recordou que tradicionalmente o país e a região deram contributos significativos para a Diáspora nacional.
Na sua intervenção, Armado Mourisco reconheceu que o Tâmega e Sousa é uma comunidade heterogénea, com concelhos desiguais do ponto de vista da sua orografia, conhecido pelas suas potencialidades do ponto de vista económico e que dispõe de vários sectores como o mobiliário, do calçado, do têxtil, da fileira da pedra, no turismo, o agro-alimentar que têm contribuído para afirmar o território.
“Aquele que deveria ser um desígnio já quase nacional, estou falar no IC35 que é importante em termos de segurança, de mobilidade das pessoas, mas, também, em termos económicos, não tem sido acompanhado ao longo das décadas pelo poder central”
O presidente da CIM Tâmega e Sousa aludiu, também, à necessidade do poder central olhar para a região no sentido de potenciar o crescimento sustentado da região e implementar definitivamente o IC35. “Aquele que deveria ser um desígnio já quase nacional, estou falar no IC35, que é importante em termos de segurança, de mobilidade das pessoas, mas também em termos económicos, não tem sido acompanhado ao longo das décadas pelo poder central”, disse, sustentando, no entanto, existirem indicadores veiculados pelo poder central no sentido de valorizar a CIM do Tâmega e Sousa e para o interior, nomeadamente com a implementação do plano de valorização do interior.
“Sabemos que o IC35 já está na fase de concurso para se realizar o projecto e temos aqui um sinal inequívoco por parte da Secretaria de Estado das Comunidades para minimizar as debilidades que existem na região”, declarou, sustentando, também, os autarcas da CIM tem sido feito um esforço no sentido de que o território seja unido, seja coeso e que através deste desenvolvido integrado possa ultrapassar essas mesmas fragilidades.
Falando de oportunidades, o presidente da CIM Tâmega e Sousa aludiu, também, à programação do Portugal 20/30, como sendo um momento fundamental para a região.
O autarca de Cinfães enalteceu, ainda, a oportunidade conferida pela Secretaria de Estado das Comunidades pela oportunidade dada à região que tem, referiu, nestes encontros, possibilidade de mostrar os seus recursos endógenos.
“Apesar de todas as fragilidades, a região apresenta números muito significativos ao nível da Região Norte, nomeadamente, o tecido empresarial representa 9% do Norte, 11% do Norte a nível de trabalhadores, 18% ao nível do volume de negócios e 8% ao nível das exportações. Não sendo acompanhados como era nossa vontade, não conseguimos, inverter alguns indicadores mais frágeis”, garantiu.
O III Encontro de Investidores da Diáspora é organizado pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, através do Gabinete de Apoio ao Investidor da Diáspora, e pela CIM do Tâmega e Sousa, em parceria com a Câmara Municipal de Penafiel.