A Estrada Nacional 106, em Penafiel, está entre os locais identificados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária para a colocação de novos radares. Em causa a sinistralidade da via.
“A selecção dos locais de instalação dos novos radares teve como pressuposto, entre outros factores, o nível de sinistralidade aí existente e em que a velocidade excessiva se revelou uma das causas para essa sinistralidade”, explica a ANSR, referindo que a meta é dissuadir os condutores do incumprimento dos limites de velocidade.
“As características encontradas em alguns dos locais seleccionados, nomeadamente o elevado nível de sinistralidade ao longo de troços e não apenas de pontos, recomendam a utilização de equipamentos de controlo da velocidade média em vez dos tradicionais equipamentos de velocidade instantânea”, acrescenta a mesma fonte.
Segundo esta entidade, entre os novos radares serão colocados alguns que vão medir a velocidade média entre dois pontos de um determinado trajecto, assim como a capacidade para medir, em simultâneo, a velocidade de vários veículos.
Ao todo o SINCRO – Sistema Nacional de Controlo de Velocidade vai contar com 20 novos locais de controlo de velocidade média entre dois pontos e 30 locais de controlo de velocidade instantânea. Estes 50 locais “serão equipados rotativamente com 30 novos radares – 10 que permitem o controlo de velocidade média entre dois pontos e 20 que apenas permitem o controlo da velocidade instantânea – aumentando a capacidade instalada de 40 para 70 radares”, refere a ANSR.
Ao Jornal de Notícias, o presidente da instituição admite que os primeiros novos radares já estarão a funcionar em 2021.
Entre outros, os locais para instalação dos novos radares são a EN5 em Palmela, a EN10 em Vila Franca de Xira, a EN101 em Vila Verde, a EN106 em Penafiel, a EN109 em Bom Sucesso, o IC19 em Sintra e o IC8 na Sertã.
Em comunicado, a ANSR explicou que nos últimos 20 anos houve uma redução de 73% na sinistralidade mortal, sendo as acções de fiscalização de velocidade um dos factores que contribuem para a melhoria do comportamento dos condutores.
O SINCRO, que entrou em funcionamento em 2016, fiscalizou, em 2019, um total de 77.152.372 veículos e, nos primeiros seis meses de 2020, 49.749.698 veículos. “Os locais que são controlados por radares do SINCRO além de, em termos globais, terem um efeito dissuasor sobre o incumprimento dos limites de velocidade e sobre a sinistralidade, têm tido também a nível local, na zona de influência de cada radar, um efeito na diminuição da sinistralidade. Com quatro anos de funcionamento, os locais onde foram instalados os radares deste sistema registaram, face a igual período anterior à entrada em funcionamento do sistema, uma redução em todos os indicadores de sinistralidade: menos 29% de acidentes com vítimas, menos 82% de vítimas mortais, menos 57% de feridos graves e menos 26% de feridos leves”, atesta a ANSR.
O troço da EN106, que liga Penafiel a Entre-os-Rios, com elevado tráfego automóvel, há muito que é apontado como foco de sinistralidade, sendo um dos motivos que serve de base à reivindicação de uma via alternativa, o IC 35.
No início do ano passado, em mais um protesto que reivindicava essa obra, o presidente da Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa, adiantava que nos últimos 12 anos houve 500 acidentes nessa via que resultaram em 700 vítimas, 11 delas mortais, havendo muitas vítimas que faleceram no hospital ou ficaram com sequelas.