Um Pacto Contra a Violência foi o compromisso de 13 empresas da região do Tâmega e Sousa e que saiu de um seminário realizado em Lousada, pela Unidas – Rede Intermunicipal de Apoio à Vítima do Douro, Tâmega e Sousa, e que é constituída por 11 estruturas de atendimento a vítimas de violência doméstica, contando com a coordenação da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa.
As empresas que abracaram esta iniciativa dedicam-se a setores como o calçado, o têxtil e o vestuário, o vinho verde e o turismo, e este pacto já conta com 44 empresas aderentes em todo o país.
Já sobre o seminário foi subordinado ao tema “Será a responsabilidade social uma resposta à violência doméstica?”, e nos trabalhos abordou-se a importância do envolvimento do setor empresarial na resposta a situações de violência doméstica.
Para além disso, teve como foco o Pacto Contra a Violência, um projeto que visa a criação de uma rede de entidades parceiras com o Gabinete da Secretária de Estado da Igualdade e Migrações e com a CIG – Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género na mobilização de respostas de urgência e apoio ao trabalho das estruturas da Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica.
As parcerias estabelecidas no quadro do Pacto Contra a Violência são “importantes para a prevenção e o combate à violência doméstica, nomeadamente na divulgação de informação e campanhas de sensibilização, no apoio direto às vítimas e às estruturas da Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica e no apoio direto às vítimas e às estruturas da Rede de Apoio e Proteção a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos”, refere a CIM.
As 11 estruturas de atendimento da Unidas, uma por cada município da região do Douro, Tâmega e Sousa, que estão em funcionamento deste abril de 2021, prestam um serviço especializado, confidencial e gratuito a vítimas de violência doméstica, assegurando-lhes apoio social, psicológico e jurídico, disponibilizando ainda, desde fevereiro de 2022, uma resposta especializada de apoio psicológico para crianças e jovens vítimas de violência, um mecanismo que pretende contribuir para a interrupção dos ciclos de violência.
De abril de 2021 a março deste ano, foram 2009 as vítimas acompanhadas pela Unidas, 332 delas crianças e jovens, cuja resposta de apoio psicológico se iniciou um ano mais tarde, em fevereiro de 2022. Nos mesmos períodos, a Unidas realizou quase 13 mil atendimentos a vítimas de violência doméstica, dos quais mais de 3000 foram a crianças e jovens.
No ano passado, a Unidas registou uma média de 58 novos casos por mês nas 11 estruturas. “Verifica-se uma tendência crescente no número de processos que chegam às estruturas de atendimento da Unidas de aproximadamente 18%, em 2023, face ao ano anterior, com reflexo no número de atendimentos”, revela a CIM, elencando que, estes números “demonstram que a sensibilização da população em geral tem contribuído para despertar para o fenómeno da violência doméstica, as pessoas têm um maior conhecimento dos apoios a que podem aceder a nível social, psicológico e jurídico”.
Para além disso, “a rede Unidas tem desempenhado um papel crucial neste âmbito, uma vez que os casos sinalizados e encaminhados chegam às entidades constituídas para o efeito. Exemplo disso é o fosso cada vez menor entre os crimes que são registados pela GNR e os casos que são acompanhados nas estruturas de atendimento”.
Além do apoio às vítimas, a Unidas faz ainda a articulação com as entidades parceiras outorgantes do Protocolo para Territorialização da Rede Nacional de Apoio às Vítimas de Violência Doméstica, tendo em vista uma maior proximidade e eficácia da intervenção e do trabalho em rede.
O III Seminário da Unidas – Rede Intermunicipal de Apoio à Vítima do Douro, Tâmega e Sousa foi promovido pela CIM do Tâmega e Sousa, em articulação com o município de Lousada, sendo cofinanciado pelo Pessoas 2030 – Programa Temático Demografia, Qualificações e Inclusão, Portugal 2030 e União Europeia.