Uma das naves do Pavilhão de Feiras e Exposições de Paços de Ferreira vai ser ocupada por um laboratório de prototipagem de mobiliário de luxo da Prugent Diam Portugal. A multinacional francesa, que promete criar no concelho 60 postos de trabalho, já começou o recrutamento. O investimento rondará um milhão de euros.
O presidente da Associação Empresarial de Paços de Ferreira (AEPF) garante que isso não põe em causa a realização das feiras Capital do Móvel.
Escolheram Paços de Ferreira pela resposta rápida e pela proximidade a empresas parceiras
A Prugent Diam Portugal integra o grupo francês Diam, que conta com mais de 2100 colaboradores e 28 unidades fabris em 23 países, tendo um volume de negócios de cerca de 210 milhões de euros por ano.
A empresa trabalha com grandes marcas internacionais, como a Clinique, a Dior, a L’Óreal, a Lâncome, a Cartier ou a Luis Vuitton, e escolheu Paços de Ferreira para produzir protótipos de mobiliário de luxo, instalar um gabinete de design e um showroom permanente.
Segundo Yann Chaudet, director geral da empresa, e Gilberto Coelho, director de produção, o projecto industrial foi apresentado a vários concelhos. A resposta rápida e o facto de lhes darem condições para executar o projecto levou-os a optar pela Capital do Móvel, afirmaram, destacando o papel chave do presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, Humberto Brito, e da compreensão das necessidades que obtiveram junto da AEPF.
A escolha deveu-se ainda à proximidade com os parceiros de produção com quem já trabalham há vários anos, 10 empresas do concelho da área do mobiliário e serralharia, referiram. Neste “laboratório” que ficará instalado no Pavilhão de Feiras e Exposições será feita a prototipagem de produtos e o desenvolvimento de ideias, cabendo depois aos parceiros executar a produção em série.
Querem pôr o projecto no terreno em Março. Na equipa estão já 20 pessoas mas o recrutamento continua, para desenhadores técnicos, electricistas, orçamentistas ou gestores de projecto e para a área da logística. Esperam duplicar o número de funcionários até ao final do ano.
Continuidade das Feiras Capital do Móvel não está em causa
Elogiando a Prugent Diam, que tem “provas dadas no fabrico do mobiliário e acessórios por todo o mundo”, o presidente da AEPF deixou a garantia de que a instalação desta empresa não põe em causa a continuidade das Feiras Capital do Móvel, estando a próxima agendada já para o início de Abril. Serão ocupados apenas cerca de 2300 metros quadrados do Pavilhão de Feiras e Exposições, ficando disponíveis mais cerca de 8000 metros quadrados para continuar com o certame, explicou. “Vamos conseguir ter as mesmas empresas a expositores no evento, com optimização do espaço. Ganhamos por rentabilizar os pavilhões que estão vazios quando não há feiras”, disse Rui Carneiro.
Além disso, esta rentabilização é também “uma fonte de receita que é precisa para a sobrevivência da AEPF”, acrescentou. Este “casamento perfeito” deverá durar pelo menos 10 anos, período pelo qual o contrato de cedência foi celebrado.
Dossier da empresa vietnamita ainda não está fechado
Questionado sobre o investimento vietnamita, de mais de 200 milhões de euros, que esteve previsto para o concelho e que ia ocupar as instalações do Parque de Feiras e Exposições, Humberto Brito referiu que foi apresentado junto da Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP) de Portugal e que a indicação dessa entidade e da CCDR-N foi de que deveria “ser feito em Braga”. “Não percebemos porquê”, acrescentou. “Mas o investidor continua a preferir Paços de Ferreira e o dossier não está fechado”, disse o vice-presidente da autarquia, Paulo Barbosa, sem querer, para já, adicionar mais pormenores.
Recorde-se que, em Junho do ano passado, o presidente da Câmara de Paços de Ferreira tinha pedido a exoneração de Miguel Frasquilho, na altura presidente da AICEP. “A AICEP ou está morta ou tem clientes (leia-se municípios) certos para as propostas de captação de investimento”, criticava. “Paços de Ferreira precisa de um presidente da AICEP que valorize e apoie as indústrias do mobiliário e têxtil e, simultaneamente, não procure impedir a concretização de projectos de vital interesse para o concelho de Paços de Ferreira, em benefício de outros concelhos”, defendeu Humberto Brito.