Dos incêndios às cheias por todo o mundo, o ano de 2024 ficou marcado por várias catástrofes relacionadas com o clima. Em Portugal as chamas mataram, destruíram casas e sonhos. Famílias, produtores e empresários foram vítimas. Tinham tudo e ficaram sem nada. Restaram apenas as cinzas de uma vida que se esfumou. E foi numa altura em que pessoas e famílias de várias regiões do país tentavam digerir uma tragédia sem igual que apareceu a empresa ARC – Indústria de Mobiliário, de Rebordosa, em Paredes, com uma mensagem de esperança para quem tinha perdido tudo no inferno dos incêndios.
Com a máxima “não estamos sós na tempestade”, Armando Rocha, proprietário da unidade, com os filhos Inês e Rui, anunciaram nas redes sociais que queriam doar móveis às famílias desalojadas. E as trevas começaram a transformar-se em luz, porque foram muitos os pedidos que chegaram à empresa.
Armando Rocha conhece de cor esta tragédia, porque, há muitos anos, um incêndio também destruiu, por completo, a pequena fábrica onde a sua família laborava. Na altura, o clã teve que deitar mãos à obra e começar a vida do zero. Reergueram-se e, 38 anos depois, abrem o coração e disponibilizaram-se para ajudar, através da oferta de móveis que tinham em armazém, alguns protótipos e outros devolvidos. E esta família de empresários não se ficou pelas promessas, porque, poucos dias depois, fez-se à estrada para levar esperança a, pelo menos, 10 famílias que perceberam que não estavam sós, porque há pessoas, como os proprietários da ARC, que teimam em devolver sonhos. Assim, os donos desta empresa mostram que o lucro vai muito além do que fica registado nas folhas de faturação. E isso, é algo que merece ser destacado.
Antarte, Paredes
A Antarte, uma empresa de mobiliário de Rebordosa, Paredes, abriu, em 2024, um museu dedicado à marcenaria com mais de um milhar de peças, um acervo que reúne ferramentas e máquinas que ilustram a evolução do ofício.
O ‘Antarte Museum’ abriu portas pelas mãos do presidente da República de Timor-Leste e prémio Nobel da Paz, José Ramos Horta, e do Prémio Pritzker, o arquiteto Siza Vieira, entre outras personalidades. Esta construção está inserida no Antarte Center que tem quatro edifícios que ocupam mais de 19 mil metros quadrados e que se traduz num investimento global de seis milhões de euros.
Diga-se que, o Antarte Museum e o Antarte Center nasceram do sonho de Mário Rocha, o CEO e fundador desta empresa que assinalou 25 anos de existência e que em 2024 foi ainda responsável pela criação de uma cadeira para o Papa Francisco aquando a sua primeira deslocação a Timor-Leste.
Para além disso, a Antarte tem apostado em expandir-se, não só em Portugal como no estrangeiro, o que prova que a unidade de Paredes está empenhada no trilho do desenvolvimento e inovação, isto sem descurar responsabilidades social e até ambiental.
Voltemos ao museu, o projeto canalizou uma verba de 1,4 milhões de euros e foi criado com o objetivo de enfatizar a história da marcenaria, sendo considerado um espaço único na Europa, porque é um tributo a um ofício milenar que estava muito pouco documentado.
O museu oferece ainda uma experiência imersiva singular onde podem ser observados todos os momentos e projetos da unidade. E se para a empresa esta é uma forma de se projetar e de se catapultar, para a região pode ser visto como um caminho de atração turística. Até porque estamos a falar do trabalhar na madeira que é uma atividade muito antiga no concelho de Paredes e este espólio acaba por encerrar testemunhos que foram transmitidos de geração em geração e que, assim, vão perdurar no tempo.
“Premium Hotel Interiores”, Paços de Ferreira
“A Premium Hotel Interiores”, empresa especialista na produção de mobiliário ‘contract’, de Paços de Ferreira, celebrou, em 2024, um contrato com a companhia aérea Emirates, que lhe conferiu a responsabilidade de renovação mundial de todos os seus ‘lounges’, ou seja, espaços de descontração executivos e primeira classe.
Um negócio avaliado em “cinco milhões de euros” e que prova o “rigor e profissionalismo que a empresa construiu ao longo de mais de 30 anos”.
Assim, e durante os próximos cinco anos, a Premium Hotel Interiores vai produzir, de forma faseada, “mobiliário para os lounges, como cadeiras, sofás, mesas e sideboards, dos aeroportos onde a Emirates possui estes espaços”.
“A Premium Hotel Interiores” foi criada no dia 1 de dezembro, de 1991, quando o casal Ramiro e Rosa Lobo começou a produzir estofos e sofás na garagem dos pais de Rosa. Foi com o nome “Estofos Lobo” que começaram a ser comercializadas as primeiras peças.
O negócio foi crescendo e, durante 20 anos, manteve-se como uma empresa produtora de estofos e sofás. Mas, em 2010, a então “Estofos Lobo” criou marca própria, tendo passado três anos iniciado o seu processo de internacionalização, já sob o nome Premium Hotel Interiors, direcionou-se para a produção de projetos “contract”.
Hoje, e volvidos 34 anos da sua criação, a unidade de Paços de Ferreira percebeu que vivemos numa era de competição, onde o talento é valorizado e a “Premium Hotel Interiores” quis estar no pelotão da frente. Conseguiu-o ao não rejeitar a iniciativa e a mudança, dando cartas no setor a nível mundial.
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