Num país cada vez mais envelhecido, a tendência tem-se mantido: todos os anos há mais mortes que nascimentos.
Há apenas cerca de 30 concelhos entre os 308 do país em que os números se invertem. É o que acontece em Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Valongo. Nesta região ainda se nasce mais do que se morre. De realçar que além de se destacarem a nível nacional, estes municípios também são praticamente os únicos da Área Metropolitana do Porto e do Tâmega e Sousa que contrariam o saldo natural negativo.
Nestes cinco concelhos nasceram, em 2018, quase três mil bebés, tendo-se registado a par disso aproximadamente 2700 óbitos. Apesar de a tendência se manter positiva são menos 700 bebés que os que nasceram há 10 anos nestes municípios.
Hoje assinala-se o Dia Mundial da População.
Saldo ainda é positivo, mas baixou o número de nados-vivos
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, disponibilizados pela Pordata, em 2018, nasceram em Portugal 87 mil pessoas, tendo morrido cerca de 113 mil. O saldo natural é, assim, mais uma vez negativo, com o país a perder aproximadamente 26 mil pessoas num ano.
A realidade é comum à maioria dos concelhos do país. São apenas 29 os que registam um maior número de nascimentos do que de óbitos.
A maioria dos municípios tem uma diferença negativa. Por exemplo, no Porto, o número de óbitos supera em mais de mil o número de nascimentos.
O mesmo acontece quando olhamos para os números da Área Metropolitana do Porto (AMP) e da região do Tâmega e Sousa, ambas com saldo natural negativo, ou seja, com mais mortes que nascimentos no ano passado.
Mas os concelhos de Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Valongo destacam-se por contrariar a tendência. No total, estes concelhos registaram no ano passado 2.964 nascimentos e 2.693 mortes.
Em Paredes, nasceram, em 2018, 664 bebés quando morreram 613 pessoas. É um saldo positivo de 51 pessoas. O mesmo aconteceu em Valongo, cujo saldo natural é positivo (85). Na AMP, apenas o concelho da Maia tem também saldo natural positivo. Em todos os outros concelhos houve mais mortes que nascimentos.
No Tâmega e Sousa também morreram mais pessoas que as que nasceram. Além de Lousada (37), Paços de Ferreira (85) e Penafiel (13), apenas Felgueiras registou um saldo natural positivo (51).
Mas quando comparamos os dados de 2018 com os de 2009, percebe-se que estes cinco concelhos também têm vindo a registar uma diminuição do número de nados-vivos. Nos últimos 10 anos nasceram menos 698 bebés nestes municípios. Em Paredes, houve uma quebra de 229 nascimentos, em Valongo de 146, em Lousada de 102, em Paços de Ferreira de 93 e, em Penafiel, de 128.