O paredense Zeferino Coelho, editor da Caminho/LeYa, foi distinguido com o Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural 2022. O anúncio foi feito pela Estoril Sol, em comunicado, e destaca que o júri enaltece a actividade do homenageado “ao longo de mais de 50 anos, como editor e activo promotor da literatura e da cultura da língua portuguesa no mundo”.
Zeferino Coelho “foi editor de José Saramago, desde o romance Levantado do Chão e todos os outros livros publicados, até à sua morte, pelo Prémio Nobel da Literatura portuguesa” e de “oito vencedores do Prémio Camões, o mais importante galardão da língua portuguesa”, nomeadamente o próprio José Saramago e também José Craveirinha, Sophia de Mello Breyner, Luandino Vieira, Arménio Vieira, Mia Couto, Germano Almeida e Paulina Chiziane, referiu o Júri desta sétima edição do Prémio. “Só por si, este conjunto de autores editados, entre muitos mais, demonstra bem a importância da intervenção cultural do premiado, em especial no tocante à difusão nacional e internacional da literatura de língua portuguesa”, cita a Estoril Sol.
Natural de Paredes, Zeferino Antas de Sousa Coelho nasceu em 1945 e, diz ainda a Estoril Sol, que promove o prémio, “é considerado, desde há muito tempo, como um dos mais importantes nomes do cenário editorial lusófono”. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto, iniciou-se como editor em 1969 e, em 1977, fundou a Editorial Caminho, editora à qual mantém ligação.
Pelos feitos alcançados ao longo da sua carreira e por levar longe o nome de Paredes, Zeferino Coelho já recebeu a Medalha de Ouro do Município de Paredes, em 2014, das mãos de Celso Ferreira, à altura presidente da Câmara Municipal.
Já em 2019, Zeferino Coelho foi condecorado, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a insígnia de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, “numa sessão de homenagem ao livro e à leitura”.
O Prémio Vasco Graça Moura foi instituído pela Estoril Sol para homenagear “um dos mais notáveis e versáteis protagonistas da vida cultural portuguesa”, Vasco Graça Moura.
O galardão, explicam no site, “visa distinguir um escritor, ensaísta, poeta, jornalista, tradutor ou produtor cultural que ao longo da carreira – ou através de uma intervenção inovadora e de excepcional importância -, haja contribuído para dignificar e projectar no espaço público o sector a que pertença”.
O Prémio tem periodicidade anual e um valor pecuniário de 20 mil euros, tendo já distinguido em edições anteriores Eduardo Lourenço, José Carlos Vasconcelos, Vítor Aguiar e Silva, Maria do Céu Guerra, Carlos do Carmo e Emílio Rui Vilar.
O Júri que atribuiu o Prémio foi presidido por Guilherme D`Oliveira Martins. A cerimónia de entrega do galardão será “anunciada oportunamente”.