“O sonho é ver as formas invisíveis/ Da distância imprecisa”. As palavras não são minhas, são nossas, porque no-las deixou o grande Fernando Pessoa, para nos servirem de inspiração. Uns mais, outros menos, todos sonhamos, esboçamos projetos e estabelecemos metas. Uns mais ousados, outros menos. Uns mais realistas, outros a roçar a utopia. O certo é que a alavanca do progresso é a capacidade de projetar o futuro com base nos dados do presente.
Ter responsabilidades políticas implica ter visão de futuro. Mas implica também ter ambição e otimismo. Essa tem sido sempre a postura do PSD Lousada ao longo dos anos. Foi assim em relação ao desporto automóvel, com o saudoso Jaime Moura. Foi assim com os projetos apresentados por Leonel Vieira. Tem sido assim com as propostas apresentadas pelos sociais-democratas lousadenses na oposição, quer na Assembleia Municipal, quer na Câmara Municipal.
Curiosamente, quando o PSD é visionário, a estratégia dos socialistas fica-se pela chacota. Lembro-me muito bem do riso quando os sociais-democratas consideraram a hipótese de construir um estacionamento subterrâneo na Praça do Sr. dos Aflitos. Ainda há pouco numa Assembleia Municipal o tema veio à baila novamente, com a ironia e o riso do costume. Pois bem. Passados alguns meses, ouvimos falar em estacionamentos subterrâneos. Não um, mas dois! E não muito longe: ali para os lados do Largo do Pelourinho e na futura Praça do Românico. Tive de reler o texto para me certificar de que esta ideia vinha do executivo municipal. É caso para dizer “E esta hein?”
Atrevo-me a apostar que outras ideias do PSD, antes irrealistas ou utópicas para o PS, não tardarão a ser corporizadas por este executivo. Mas este atraso é nocivo para o desenvolvimento do concelho. Prova disso é a constatação diária de que o local mais nobre da vila não tem vida. Se não tivesse prevalecido a teimosia e o desprezo pelas ideias dos outros, teríamos um concelho bem mais dinâmico e apelativo para o comércio e serviços, garantindo um bem-estar que, até agora, ainda não foi conseguido.