O director e responsável pela gestão diária de uma instituição uma instituição privada dedicada ao acolhimento de doentes, deficientes físicos e mentais, idosos e crianças, de Beire, Paredes, está acusado de 14 crimes. Segundo o site da Procuradoria-Geral Distrital do Porto, o Ministério Público acusa-o de 13 crimes de maus-tratos e de um crime de ofensa à integridade física grave.
“Os factos reportam-se ao período de Agosto de 2006 a 21 de Maio de 2015 e sucederam na instituição”, diz o comunicado.
Segundo a acusação do Ministério Público de Penafiel, o arguido “enquanto director da instituição e sem qualquer formação na área da saúde, nunca contratou, nem sequer a tempo parcial, quaisquer técnicos especializados para a instituição, nomeadamente nas áreas da saúde mental, geriatria, terapia ocupacional ou enfermagem”. Por outro lado, era ele próprio quem medicava os utentes “doseando segundo o seu critério” e que procedia à sutura de feridas.
O responsável pela instituição de Beire, também castigava os utentes “desferindo-lhes bofetadas ou pancadas com uma bengala”, “privando-os de alimentos”; ou “fechando-os em quartos, locais de arrumos ou num buraco destinado a silo de cereais”.
“Como modo de controlar os movimentos de alguns utentes, determinou que fossem amarrados pelos pulsos às grades das varandas dos pavilhões, às cadeiras de rodas ou às cadeiras sanitárias”, lê-se ainda no site da Procuradoria-Geral Distrital do Porto.