Um estudo que tem vindo a ser realizado, uma vez por mês e sempre nos mesmos locais, na Mata de Vilar, em Lousada, permitiu confirmar “a presença de uma abundância e diversidade de borboletas nocturnas: 244 espécies diferentes”, avança a Câmara de Lousada.
“Entre estas foram detectadas 12 espécies novas para a região e o terceiro registo para Portugal da espécie Metalampra italica”, explica a mesma fonte, referindo ainda que o registo “mais importante” foi o da espécie Eotaleporia lusitaniella, obtido no mês de Junho, já que não era observada em Portugal desde 1955, quando foi avistada em Santo Tirso. “A identidade da espécie teve de ser confirmada com recurso a especialistas a nível europeu”, adianta nota de imprensa.
A autarquia, que cita o coordenador do estudo, João Nunes, refere que “as medidas de beneficiação ecológica aplicadas na Mata – como o controlo de espécies invasoras, a reintrodução de água, a promoção do sub-coberto vegetal com espécies nativas e o enriquecimento com madeira morta – têm clara repercussão na diversidade de borboletas nocturnas encontradas”, passando o mesmo com as aves, anfíbios e mamíferos.
“A Mata de Vilar tem sido alvo de um plano de gestão florestal sustentável, desde 2016, que já lhe valeu o selo internacional de Floresta de Alto Valor de Conservação, pelo ©FSC. Trata-se da maior mancha de floresta nativa do concelho, com mais de 14 hectares na Paisagem Protegida Local do Sousa Superior. Representa um dos ‘pontos quentes’ para conservação da natureza no concelho de Lousada, e vai ser reaberta ao público, brevemente, com um programa educativo e um Centro Interpretativo dedicado”, informa a Câmara.