Caro leitor,
No passado dia 26 de Setembro para uma grande maioria dos agentes políticos locais foi dia de encerrar semanas intensas de campanha e de contacto com o seu povo. Já depois do ato eleitoral entre festejos de vitórias inquestionáveis, mas desproporcionados utilizando a escada alumínio para subir à varanda da Camara Municipal, desta feita sem a desculpa das portas estarem fechadas, passando por declarações festivaleiras depois de uma derrota extraordinária na qual eram parte interessada (supostamente) até comunicados extemporâneos e extravasados da realidade olhando apenas à sobrevivência política, tivemos oportunidade de ver, ouvir e ler. Mas a essa análise de números, coligações, estratégias e atores políticos, dedicaremos outra crónica. Tudo a seu tempo e no tempo certo.
É nos momentos mais difíceis que sentimos as nossas gentes. Aqueles que todos os dias consideramos família e que sabemos sem alaridos ou alvoroços o quanto extraordinário é o seu trabalho, a sua dedicação e a paixão pela sua terra.
Hoje vou falar-vos de Cristelo e do Carlos Franclim.
Aviso à navegação: É longo o texto pois o debate o merece.
O antes.
Foram 8 anos em que o Carlos liderou a Junta de Freguesia com muita dedicação, respeito e muita paixão pela terra.
Foram 8 anos, em que pela primeira vez em muitos anos de democracia em Cristelo, a Junta de Freguesia eleita teve a audácia de analisar, estudar e diagnosticar as principais problemáticas e apontar quais os caminhos e apostas num plano estratégico a longo prazo. Plano esse, apresentado em assembleia de freguesia, com a total contribuição da oposição: zero propostas, zero ideias e zero de noção. De referir, falamos da mesma oposição que hoje se afirma como a solução de Cristelo.
Foram 8 anos, em que o Fim de Semana Cultural, “Cultura Entre Nós”, se transformou no maior e mais diferenciador evento social da freguesia de Cristelo, onde jovens e menos jovens, pela primeira vez, encontraram o seu espaço e conviveram alegremente entre todos.
Foram 8 anos em que o Outeiro foi pensado e idealizado para transformar uma zona entristecida e amorfa atrás de um dos espaços centrais de Cristelo e de muitas freguesias vizinhas, o Centro de Saúde de Cristelo, criando um espaço centralizador, diferenciado e marcante para a freguesia. A oposição preferia sempre o buraco escuro, tal e qual o buraco onde estiveram nos últimos anos.
Bom, continuando.
Foram 8 anos, em que muita “política” foi feita para se iniciar um projeto que envolve muitas entidades, como a CMP ou a IP, para revolucionar o transito que atravessa a freguesia com a construção da rotunda ao pé da Junta de Freguesia. Não é um trabalho que se começa hoje e amanhã está feito, muito menos um trabalho que hoje se discute com o chefe, amanhã prometemos aos fregueses e depois de amanhã acontece. Novamente: zero noção.
Foram 8 anos com um gabinete de apoio clínico a funcionar na Junta de Freguesia. Por email, por telefone ou presencialmente tenho a certeza absoluta de que a ninguém foi recusado o seu atendimento. No pior dos casos, acontecia o correto encaminhamento para as autoridades de saúde locais. Quantas juntas de freguesia tem esta oportunidade? Até hoje existiu algum elogio? Novamente: zero noção da oposição.
Foram 8 anos com uma extraordinária semana da juventude, onde mais de 50 jovens em cada verão vivenciaram valores como a partilha, amizade e a solidariedade. Não é necessário referir e escrever que muitas das atividades que ali são executadas, em muitos casos, é a primeira vez que aquelas crianças e jovens tem a oportunidade de vivenciar. Observação para a oposição: a semana da juventude municipal é melhor? Novamente: zero de noção.
Foram 8 anos que com uma extraordinária equipa e muitas vezes de forma voluntária que nasceu um dos projetos mais bonitos da freguesia: o Ser Social. Só quem se deu ao trabalho ou á curiosidade de visitar aqueles idosos que todos os dias vivem e convivem naquele espaço tem noção do trabalho extraordinário que ali é feito. Alguém sabe se a oposição em Cristelo sabe o que é o Ser Social? Só vi promessas de betão, ferro e alcatrão.
Não vou falar dos apoios às associações ou dos prémios de mérito escolar. Não vou falar dos betões ou do ferro armado que se fez. Do aumento do cemitério que já vinha a ser pensado ou da isenção de taxas que a junta decidiu. Isso é trabalho para a oposição: prometer o que já está feito.
Os 2 anos da pandemia.
Em 2020 o mundo faz uma paragem de emergência. Depois dos atentados de 11 de Setembro é talvez o momento que mais nos marcou.
Ninguém se esquece das imagens de Itália e dos caixões nos camiões do exército. Ninguém se esquece das primeiras imagens dos profissionais de saúde a cuidar e a tratar dos doentes nas camas dos cuidados intensivos. Ninguém se esquece das ambulâncias à espera de deixarem os doentes às portas do Hospital. Ou muito menos ninguém se esquece que muitos dos nossos idosos da nossa terra foram enviados para longe dos seus para morrerem sozinhos em outros hospitais. E ninguém se esqueceu de bater palmas nas varandas à noite para apoiar os profissionais de saúde.
Foram 2 anos extraordinariamente difíceis.
Em que como médico, o Carlos e Presidente da Junta de freguesia lutou pelos seus doentes todos os dias como lutou pelos seus fregueses nos últimos anos. Foram com toda a certeza, horas e mais horas de trabalho, mas nunca deixou de estar na tua Junta de Freguesia. Quando muitos dos serviços públicos fecharam ele manteve aberto e mais do que isso, atendeu quem tinha de ser atendido respeitando todas as regras de saúde obrigatórias.
Mas, a ingratidão é a receita de hoje. E muito, mas mesmo muito rápido se esquece o que fizeste e como transformaste Cristelo.
Enquanto uns passavam os dias em casa fechados a matutar o combate e a desinformação, tu estavas na linha da frente no combate da maior batalha das nossas vidas.
Diferente, sem alaridos, sem desinformação, mas com muita, mas mesmo muita dedicação.
E jamais pensaste em desistir!
Ao contrário da oposição, que nunca existiu e confortavelmente preparava o combate político no sofá!
Quem presenciou as assembleias de Cristelo viu o que falo. A única oposição presente eram os mandatários da camara municipal. Já a oposição local, só em espírito.
O dia 26 de Setembro.
Fui duro saber do resultado. Admito.
O Carlos e a sua equipa não mereciam, tenho a certeza.
Mas, pior do que tudo foi saber de tudo o que aconteceu depois das urnas fechadas.
A noite era longa, mas a desinformação do número de votos, as diferentes recontagens na tentativa de se encontrar uma vitória a todo o custo e a violência e os insultos no exterior por parte da equipa Socialista (existem vídeos a comprovar o que afirmo. Só ficaram a faltar as queixas na polícia) denegriram em muito o sentido público e sereno que esperamos dos atores políticos.
Mas, para fechar e colocarmos a cereja no topo do bolo a esperteza saloia nasceu na Câmara Municipal no dia imediatamente a seguir.
Numa tentativa saloia e de falta de noção o Sr. Presidente de Câmara Municipal de Paredes, Alexandre Almeida, tentou ganhar as eleições na secretaria.
Na segunda-feira, dia imediatamente a seguir às eleições, num ambiente de isenção, foi determinado pela juíza do tribunal anular 2 votos, um para o Partido Socialista e um para o Partido Social Democrata.
Mas, e ainda a viver da adrenalina da vitória esmagadora, o Sr. Alexandre Almeida tenta por todos os meios ganhar. Usando o dinheiro de todos nós e os recursos da Câmara Municipal de Paredes (mas que falta de noção!) reclamou para o tribunal constitucional a anulação do voto do PS.
Felizmente, a justiça ainda funciona e não cede a pressões de guerrilha. O tribunal constitucional devolveu a queixa e fechou o processo com uma declaração clara: novas Eleições em Cristelo. Fim.
Futuro.
Aqueles que já me conhecem sabem que sou um homem sem amarras ou trapos na boca que me impendem de dizer o que penso e o que sinto.
Nas próximas eleições, não existe dúvidas. A escolha é clara para mim.
É escolher entre alguém que se recusou a fazer o papel de oposição por falta de tempo e alguém que decidiu dividir o seu tempo entre a medicina e a freguesia.
É escolher entre alguém que além de betão, ferro e alcatrão pouco ou nada promete e alguém que criou um plano ambicioso para a sua freguesia.
É escolher entre alguém que desistiu de um debate num canal de televisão local e alguém que se prontificou para debater o futuro da freguesia.
Se a política fosse um jogo de futebol o resultado era por goleada.
Mas em democracia o povo é soberano e nele temos de confiar.
Faltam poucos dias para o dia D. Não existe outra escolha que não seja Carlos Franclim.
Nota final.
Não me esqueci do PSD. Em breve falaremos disso. Neste momento o que nos interessa é Cristelo e ganhar no próximo Domingo.
Muito mais que os egos ou a sobrevivência política interna: é a luta em Cristelo e a vitoria do PSD que nos deve unir.