Iniciou esta sexta-feira e decorre até domingo a II edição do Couce Festa, iniciativa que decorre na aldeia de Couce, em Valongo, em pleno coração das Serras do Porto, e que junta artesãos e um vasto programa de actividades.
No local foram, também, montados vários espaços de restauração para os visitantes degustarem algumas das iguarias locais, num cenário único, banhado pelo Vale do Rio Ferreira, que vale pela paisagem e o seu enquadramento.
Aos jornalistas, o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, que presidiu à abertura da II edição do Couce em Festa, realçou a beleza natural da aldeia de Couce, que figura no Aldeias de Portugal, como uma das mais belas do país, sendo um aglomerado típico que tem bem vincadas as marcas do passado, com destaque para casas antigas resultantes da exploração mineira e de xisto.
O autarca destacou que na aldeia de Couce predomina um estilo de vida que provém da estreita relação com a terra e com os recursos naturais locais e que dista apenas quatro quilómetros da cidade de Valongo, encontrando-se a 10 quilómetros do Porto.
“Couce é uma aldeia fantástica, marcada pelas suas tradições, um povoado único que nos permite recuar no tempo, estando facilmente acessível, por exemplo através do Corredor Ecológico, um percurso entre a área urbana da cidade de Valongo e as Serras do Porto”, disse.
Falando do programa do Couce em Festa, o chefe do executivo esclareceu que além das tradições, o cartaz integra espetáculos, as melhores iguarias locais, e agrega várias colectividades, sendo o resultado de muitas vontades e de muitas pessoas.
“Não tenho dúvidas que vão ser três dias marcantes, como foi aliás, de resto, a edição do ano transacto”, acrescentou.
“São estas iniciativas que dão pistas sobre a forma de agarrar o território”
José Manuel Ribeiro relevou, também, a necessidade do município continuar a promover estes eventos como fazendo parte de uma estratégia de valorização do património paisagístico, do edificado, do património histórico e cultural de toda a aldeia de Couce, do Parque das Serras do Porto e simultaneamente potenciando o turismo e outros eventos que possibilitem o desenvolvimento equilibrado e sustentado de toda esta área.
“São estas iniciativas que dão pistas sobre a forma de agarrar o território. Esta aldeia era um povoado desconhecido. No ano passado fizemos a primeira edição, já existiam outras iniciativas, mas fora da aldeia. Foi possível, no ano passado, no âmbito dos 180 anos da criação do concelho de Valongo trazer a festa para dentro da aldeia e revelou-se uma opção acertada porque a mais-valia estava dentro da aldeia”, sustentou.
“Pretendemos que a aldeia ganhe novamente vigor que se torne um marco importante nas Serras do Porto, designadamente do Vale do Ferreira”
O responsável pelo executivo de Valongo explicou, que a autarquia aprovou, esta semana, o arranque do processo de criação de 16 novas áreas de reabilitação urbana, sendo que uma delas é precisamente na aldeia de Couce.
“É um incentivo que queremos dar aos proprietários. Na aldeia existem casas, mas também muitas ruínas e estes incentivos das áreas de reabilitação urbana por vezes funcionam. Pretendemos que a aldeia ganhe novamente vigor que se torne um marco importante nas Serras do Porto, designadamente do Vale do Ferreira. Estas iniciativas permitem mostrar às pessoas aquilo que temos como valor, mas pretendemos estimular outro tipo de iniciativas porque os territórios não se agarram sem iniciativas. Aliás, os territórios não se agarram sem pessoas”, expressou.
“Quem visita este vale, a dez minutos do Porto, pode encontrar moinhos em ruínas e isto só é possível recuperar se os seus proprietários perceberem a mais-valia que representa toda esta área”
Na curta declaração que prestou aos jornalistas, o autarca ressalvou, também, a importância da autarquia preservar o património.
“Quem visita este vale, a dez minutos do Porto, pode encontrar moinhos em ruínas e isto só é possível recuperar se os seus proprietários perceberem a mais-valia que representa toda esta área. É, também, necessário investir nos conteúdos culturais. Durante todo o ano existem iniciativas desportivas, nesta zona, desde o btt ao trail running. Não é por acaso que foi criado o Centro de BTT à porta do Vale, que foi criado o Centro de Trail Running também em completa ligação a toda esta zona”, manifestou, avançado que nos próximos meses a Câmara de Valongo vai avançar com a criação de circuito de passeios equestres com a extensão de 34 quilómetros que vai permitir andar a cavalo.
Os vários expositores e artesãos que acederam ao convite da autarquia para participar nesta II edição do Couce em Festa além da vertente comercial mostraram-se rendidos ao enquadramento paisagístico em que decorre este evento.
“O local é ideal para descontrair e recarregar energias”
Emília Pinto, uma das muitas artesãs que encontramos no local, residente na Trofa, que comercializa licores, chocolates e bolachas, afirmou estar maravilhada com a autenticidade da paisagem.
“Estive na Feira da Regueifa e do Biscoito & Mercado Oitocentista, uma iniciativa da Câmara de Valongo, mas o Couce em Festa é verdadeiramente especial. O local é ideal para descontrair e recarregar energias. Não conhecia, mais saio daqui rendida”, adiantou.
Augusta Camelo, natural de Alfena, expositora reincidente, reconheceu que o enquadramento paisagístico atrai muitos visitantes sendo um excelente ponto de venda.
“É um evento único, a paisagem atrai muita gente e isso ajuda a vender”, afiançou.
Arlinda Reis, artesã de brinquedos, disse estar, também, rendida ao local.
“É a primeira vez que faço este evento, mas estou maravilhada com toda a beleza natural da aldeia, as suas povoações o que constitui sempre um atractivo para as pessoas”, asseverou.
Renata Carneiro, residente em Valongo, da Biscoitaria Valonguense, uma das confeitarias que se dedica à confecção de biscoitos e bolachas, que arrecadou um segundo prémio no concurso “Melhor Biscoito – Concelho de Valongo – 2014”, evidenciou, também, estar fascinada pelo cenário da aldeia.
“Todo o enquadramento contribui para atrair visitantes. O facto da aldeia se situar em pleno coração das Serras do Porto torna esse local único, excelente para visitar”, anuiu.
“Couce é um lugar, é o momento e não merece que se faça negócio à custa da aldeia”
Manuel Pinto, de Sobrado, Valongo, produtor de licor celta, um licor caseiro, relevou as belezas do Vale do Rio Ferreira, do povoado Couce, as suas vivências rurais e deixou um alerta para este local não se torne demasiado massificado.
“Couce é um lugar, é o momento e não merece que se faça negócio à custa da aldeia. É um lugar ímpar e único. Temo que começando a massificar-se, o Couce em Festa se possa desvirtuar”, sublinhou.