A terceira edição do 100K Portugal, evento desportivo que irá decorrer na vila de Lousada, dia 25 de Março, vai apresentar algumas novidades, desde logo a introdução da maratona individual de 10 quilómetros.
Segundo o responsável da 100K Portugal, que organiza a prova em colaboração com a Câmara de Lousada, o objectivo é dar resposta aos atletas que que estão a começar a correr. “São atletas que querem correr connosco. Tínhamos a maratona em estafetas, mas correr em estafetas há sempre o problema de faltar algum elemento”, disse Vítor Dias.
O também responsável pelo site Correr por Prazer e atleta de meias maratonas, maratonas e ultra-maratonas, destacou que a terceira edição da 100K vai ter uma adesão significativa de atletas estrangeiros.
“No ano passado tivemos uma atleta chinesa a competir na prova e este ano temos indicações de que há mais atletas estrangeiros a querer fazer a 100K, sobretudo atletas polacos, mas não só. Para a organização é extremamente gratificante que isso aconteça, pois é sinónimo que esta é uma competição que começa a ganhar dimensão e visibilidade e que há atletas nacionais e internacionais que a conhecem e por várias razões se deslocam de propósito a Lousada para fazer a prova”, disse, salientando que a ultramaratona 100K vai contar a contar com o campeão das duas últimas edições Luís Gil, atleta da Decathlon Maia, mas promete ser mais renhida em termos de resultados.
“Temos a indicação que há vários atletas estrangeiros com currículo neste tipo de competições e que prometem lutar pela discussão do resultado final, o que é bom para a competição”, acrescentou.
A 100K Portugal/100KM, corrida de resistência, far-se-á em circuito fechado de 1,6 quilómetros e é composto por quatro provas, a ultra-maratona individual (100 quilómetros), a ultra-maratona em estafeta de quatro atletas (100 quilómetros), a maratona (42,195 metros) e a maratona Individual 10K (10 quilómetros).
A ultra-maratona individual terá uma duração máxima de 15 horas, com uma extensão de 100 quilómetros e o percurso será tendencialmente plano, delineado em circuito fechado com extensão de aproximadamente 1.600 metros, sendo o piso maioritariamente constituído por asfalto, exceptuando-se algumas curtas secções em terra batida e tartan.
A ultramaratona estafeta de quatro atletas também terá uma duração máxima de 15 horas e a mesma extensão. Não é obrigatório que cada atleta corra a mesma distância, isso fica ao critério do capitão de equipa. Não existe distância mínima por atleta. Caso um atleta (ou mais) não compareça à prova a equipa poderá correr com o número de atletas restantes.
A maratona (42,195m) terá uma duração máxima de seis horas. Já a corrida de 10 quilómetros terá uma duração máxima de duas horas.
Vítor Dias realçou que o facto de Lousada ter recebido a 100K nas últimas três edições é uma aposta ganha.
“Estamos a falar de uma vila que tem excelentes equipamentos, um complexo desportivo com uma pista tartan e excelentes condições para este tipo de competições, além de outras condições logísticas, como estacionamentos o que é bom para os atletas, mas também, para quem pretende ver as várias provas”, avançou.
Sobre as provas de longa distância em circuito e o facto destas competições começarem a fazer escola em Portugal e atraírem inúmeros atletas, Vítor Dias realçou que estas provas em circuito dão a possibilidade do último atleta correr ao lado do primeiro.
“Esta coisa do atleta do pelotão estar ao lado dos melhores é excelente. Trouxemos a ideia para Portugal, não foi fácil implementá-la, mas nós não somos diferentes dos outros e vamos caminhar para aí”, assegurou, desmistificando a ideia de que correr em circuito é uma coisa monótona.
“As pessoas querem fazer coisas diferentes. Fazerem sempre o mesmo não lhes interessa. Só provas de 24 horas no estrangeiro há cerca de 200 e há atletas que só fazem provas de 24 horas ou de 100 quilómetros, não fazem as maratonas. Não é fácil desbravar a ideia de pôr pessoas a correr em circuito, mas quem as faz não diz que é monótono”, afiançou.
O vereador do Desporto, António Augusto, reconheceu que a 100K assume-se como um evento pioneiro em Portugal que integra o circuito mundial da modalidade, estando a ser divulgada na Ultra Marathon Statistics.
“Apesar de esta ser a terceira edição, estamos ainda numa fase inicial, mas os resultados são já promissores e acreditamos que a realização deste evento além de projectar o nome de Lousada tem algum impacto na economia local, no sector da restauração e do turismo”, avançou.
A competição terá ainda um cariz solidário com parte da receita a reverter para os Bombeiros Voluntários de Lousada.