Consagração da Ucrânia e da Rússia

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O Papa Francisco anunciou que, na próxima sexta-feira 25 de Março, consagrará a Ucrânia e a Rússia ao Imaculado Coração de Maria. Não é a primeira vez que se consagram países ou cidades a Jesus, a Nossa Senhora ou a algum santo intercessor, mas esta consagração tem um significado especial.

A ocasião próxima foi o pedido insistente dos bispos ucranianos ao Papa, recordando o pedido de Nossa Senhora em Fátima. A decisão de Francisco confirma esta referência e, para a tornar mais explícita, anunciou simultaneamente o acto de consagração e o envio do Cardeal Krajewski como legado pontifício, para fazer a consagração no santuário de Fátima, no mesmo dia, à mesma hora.

Através dos núncios apostólicos, a Santa Sé pediu aos bispos e a todas as autoridades da Igreja que se associassem à consagração. Não só em Fátima se fará a consagração da Rússia e da Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, como, por todo o mundo, milhões e milhões de corações se unirão em uníssono para pedir a Deus por esta intenção.

A Conferência Episcopal Portuguesa convocou «todas as paróquias, comunidades, institutos de vida consagrada e outras instituições eclesiais para que assumam esta intenção de consagração nas celebrações desse dia, nomeadamente nas Vias-Sacras, nas Eucaristias, na Oração do Rosário» e noutras celebrações.

A consagração da Rússia visa em primeiro lugar a salvação do povo russo. Não se dedica um povo a Nossa Senhora para o prejudicar, mas para que alcance a prosperidade na terra e no Céu. Nos tempos da ditadura comunista, o povo russo sofreu as torturas dos gulags, a privação da liberdade, a pobreza e o crime. E agora, nesta guerra injusta, além das dezenas de milhar de heróicos ucranianos que morreram, há também milhares de mortos entre os agressores. Rezamos por todos, lembrados de que é mais trágica a morte de quem pratica o mal que a de quem morre inocente.

Em face do pedido de Nossa Senhora em Fátima, o Santo Padre, unido a todos os bispos, consagrar especificamente a Rússia, Pio XII, em 1942, em plena II Guerra Mundial, consagrou o mundo, a Igreja e a humanidade e, 10 anos depois, consagrou especialmente o povo russo por meio de uma Carta apostólica. No final do Concílio Vaticano II, em 1964, Paulo VI renovou a consagração da Rússia, juntamente com os bispos que tinham participado no Concílio. João Paulo II renovou estas consagrações em Fátima no dia 13 de Maio de 1982 e repetiu-a em 1983 e novamente em 1984, desta vez pedindo aos bispos de todo o mundo para se unirem a ele, para cumprir mais à letra o pedido por Nossa Senhora. Pouco depois de ser eleito, Francisco consagrou novamente o mundo a Nossa Senhora, no significativo dia 13 de Outubro de 2013, aniversário da última aparição de Nossa Senhora em Fátima.

Nem sempre estas consagrações se referiram explicitamente à Rússia, para evitar que esse gesto de oração fosse mal entendido. Por exemplo, João Paulo II usou muitas vezes expressões como «todo o mundo e especialmente os povos que, pela sua situação, são particular objecto do vosso amor e da vossa solicitude». Sob esse ponto de vista, há uma novidade no próximo dia 25, porque se consagrarão a Ucrânia e a Rússia e só estes países.

O comunicado dos bispos portugueses termina com um convite, a que podemos aderir todos os dias, a partir de agora:

«Por intercessão do Imaculado Coração de Maria, Rainha da Paz, continuemos a rezar pelo povo ucraniano, perseguido na sua terra e disperso pelo mundo, para que o Senhor atenda as nossas preces e os esforços das pessoas de boa vontade, e lhe conceda a paz e o regresso a suas casas».

Na próxima sexta-feira, dia 25 de Março, às 17h00 em Roma, 16h00 em Lisboa, 15h00 nos Açores, onde quer que estivermos, vamos participar intensamente neste acontecimento histórico.